Um comunicado oficial da Cinemark gerou polêmica nas redes sociais nesta segunda-feira (1º). Neste domingo (31), data em que foi recordado o golpe militar de 1964, algumas salas da rede de cinemas exibiram o filme 1964, o Brasil entre Armas e Livros e a ação foi repudiada pela própria empresa. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o longa-metragem foi exibido nos shoppings RioMar, em Recife; Pátio Savassi, em Belo Horizonte; Eldorado, em São Paulo; Mueller, em Curitiba; BarraShoppingSul, em Porto Alegre; o Píer 21, em Brasília; e Botafogo, no Rio de Janeiro.
A nota oficial diz que a Cinemark "não se envolve com questões político-partidárias" e alega que "um erro de procedimento, em função do desconhecimento prévio do tema do evento" não evitou a realização da ação organizada pelo portal Brasil Paralelo. "Não tivemos qualquer envolvimento com a produção deste evento", diz outro trecho.
A produção, que foi divulgada em alguns cartazes com os dizeres “Comemoração a 1964”, faz um retrato sobre o golpe e conta com declarações de William Waack e Alexandre Borges. A direção é assinada por Lucas Ferrugem, Henrique Viana e Felipe Valerim, fundadores do Brasil Paralelo.
A estreia oficial seria realizada no dia 2 de abril pelo YouTube, mas ganhou sessões de pré-estreia em algumas salas de cinema. A rede Cinemark alega que as salas foram alugadas pelos produtores do filme.
"Essas salas foram alugadas para um evento privado. A escolha do filme e dos convidados é de responsabilidade dos próprios organizadores do evento. A Cinemark não participou disso", frisou a assessoria, em contato por e-mail à GaúchaZH.
#BoicoteCinemark
Após a emissão do comunicado por meio das redes sociais, os usuários passaram a comentar a ação utilizando a tag #BoicoteCinemark. As pessoas questionaram sobre o fato de a rede ter exibido, no passado, a produção Lula - O Filho do Brasil e de agora ter se negado a receber as sessões de 1964, o Brasil entre Armas e Livros. O termo ficou entre os Trending Topics do Twitter, na tarde desta segunda-feira.
"A Rede só se envolve com temas políticos-partidários de cunho socialista, produções com o objetivo de mostrar a verdade dos fatos não lhe interessam. Antes de ir ao cinema, pense se vale a pena gastar seu dinheiro nessa rede de cinemas", disse um usuário. Outros levaram o boicote em tom de brincadeira, dizendo que a rede deveria mudar seu logo para CineMarx, em referência ao sociólogo Karl Marx.
A respeito desta campanha virtual, a Cinemark informou que não tinha um posicionamento oficial até a publicação deste texto.