Depois de 19 meses fechado, o Museu do Trabalho reabriu ao público no dia 22 de setembro, mantendo sua programação expositiva gratuita. Marcando o retorno, foram selecionadas 16 gravuras para compor a mostra Um Recorte da Coleção de Gravuras do Mustrab, com peças de artistas como Alfredo Nicolaiewsky, Carlos Pasquetti, Elida Tessler, Frantz, Hélio Fervenza, Lia Menna Barreto, Maria Lúcia Cattani, Marina Camargo, Mário Röhnelt e Regina Silveira. A visitação ao museu, que fica na Rua dos Andradas, 230, em Porto Alegre, vai até o dia 17 de outubro, de terças-feiras a sábados, das 13h30min às 18h30min.
Ainda em meio a um cenário de incertezas sanitárias, o administrador e curador do museu, Hugo Gusmão, explica que a ideia é fazer uma exposição que não traga prejuízo caso o local precise ser fechado novamente. As obras selecionadas fazem parte do acervo do Consórcio de Gravuras, projeto que o museu promove há 26 anos e no qual os assinantes recebem em casa uma gravura por mês (os planos de assinatura começam em R$ 110 por mês, com inscrições em museudotrabalho.org).
— A gente está na expectativa. Tudo o que está ocorrendo é surreal, não sabemos o que vai acontecer. Acompanhamos as notícias e estamos torcendo para que continue baixando o número de vítimas, que a vacinação continue evoluindo e, se for o caso de ter a terceira dose, que o governo providencie. Porque só assim vamos conseguir trabalhar tranquilos — afirma Hugo.
Enquanto o museu esteve de portas fechadas, o Consórcio de Gravuras foi o principal meio pelo qual se manteve financeiramente, além de eventuais vendas de obras. Agora, serão retomadas as oficinas de artes para quem já estava inscrito antes da crise da covid-19. Novas turmas nos cursos de litografia, xilogravura, gravura em metal, desenho e escultura abrirão somente a partir de março de 2022. O Teatro do Museu segue sem atividades até o ano que vem, pois precisa passar por manutenções.
Planos
A reabertura do espaço expositivo marca outra conquista para o Museu do Trabalho, que recentemente recebeu a aprovação do seu Projeto de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Serão necessários cerca de R$ 25 mil para executar as melhorias necessárias, um valor considerado alto por Gusmão. Ainda não está definido como a instituição vai arrecadar o montante.
Para 2022, devem ser trazidas as exposições previstas para antes da pandemia chegar ao Brasil. Ao todo, serão quatro: objetos, desenhos, cartazes e escritos de Plato Divorak, artista da cena underground de Porto Alegre; esculturas e instalação da gaúcha Carolina Marostica; desenhos do paulista Paulo Ito; e uma instalação do artista e curador André Severo, com projeções de vídeos.