Após anos de dúvidas que inciaram em meados de 1970 sobre a autenticidade do famoso autorretrato de Vincent van Gogh (1853–1890), especialistas confirmaram que a obra foi realmente pintada pelo artista holandês, conforme anunciou o investigador-chefe do Museu Van Gogh, Louis van Tilborgh, nesta segunda-feira (20).
De acordo com Louis, a obra foi feita enquanto o pintor se recuperava em um asilo francês de um colapso mental, sendo concluída em 1889, um ano antes de seu falecimento.
A obra foi comprada como genuína em 1910 pelo Museu Nacional da Noruega. Em 2014, a instituição solicitou ao Museu Van Gogh que a analisasse.
— Temos a tendência de pensar que isso tem a ver com o fato de ser fabricado durante um período de psicose — declarou Louis.
A pintura, autenticada pelo Museu, retrata expressões tristes, com uso de cores marrom e verde.
— Seu olhar tímido é frequentemente encontrado em pacientes que sofrem de depressão e psicose — esclareceu o Museu.
Após graves episódios da doença, o pintor se internou em agosto de 1889 e escreveu uma carta para o irmão, Theo, dizendo que se sentia "perturbado" e apto para fazer novas obras. No documento, Van Gogh demonstrou interesse em fazer um autorretrato.
— As dúvidas sobre a assinatura datam de 1970 e, para nossa coleção, era essencial esclarecê-las imediatamente — esclareceu Mai Britt Guleng, curador do Museu Nacional de Oslo, responsável pela pintura.
A equipe do Museu explicou ainda que a obra provavelmente foi produzida em intervalos de crise psicóticos. A pintura permanecerá em exibição no Museu Van Gogh até 2021, ano que retornará a Oslo, quando o Museu Nacional, atualmente fechado para reforma, reabre em um novo prédio.