Condenado a nove meses de prisão por lavagem de dinheiro e a cinco por evasão fiscal, o empresário Bernardo Mello Paz, nome por trás do maior museu a céu aberto da América Latina, o Instituto Inhotim, teria erguido a cidade mineira de Brumadinho, onde a instituição funciona, à base de trabalho infantil e escravo, desmatamento ilegal e grilagem de terras. As suspeitas forem levantadas por reportagem da revista americana Bloomberg Businessweek, publicada nesta sexta-feira (8).
De acordo com o texto, as atividades ilegais de Paz iniciaram em 1973, quando foi trabalhar com o sogro em uma companhia de minério de ferro, chamada Itaminas. Foi aí que o empresário teria se apossado de terras ocupadas por famílias que há décadas trabalhavam com agricultura. Também teria feito cultivo ilegal de eucalipto no cerrado mineiro, plantando árvores nas nascentes dos córregos, secando a água e expulsando agricultores. O cultivo de eucaliptos, feito dessa forma, fere a legislação ambiental.
A empresa que Paz usou para plantar eucaliptos, chamada Replasa Reflorestadora SA, também teria contratado pessoas sem registro, e as submetido a condições precárias. Entrevistado pela reportagem, José Gonçalves Dias contou que começou a trabalhar em uma carvoaria ligada à empresa aos 10 anos. Ele contou que trabalhava sem chinelo, sofrendo queimaduras nos pés.
O empresário virou manchete em jornais em 1986, quando o rompimento de uma barragem de rejeitos em Itaminas provocou a morte de sete trabalhadores. De acordo com denúncia de um funcionário, a estrutura havia sido construída sem uma planta adequada. O cultivo inadequado de eucalipto foi pego pela fiscalização em 2009.