Indicado a ocupar o cargo de presidente da Fundação Theatro São Pedro após a morte de Eva Sopher, o jornalista e professor Antônio Hohlfeldt afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (13), que o objetivo da nova missão será dar continuidade ao trabalho que Dona Eva já vinha desenvolvendo.
Com apenas alguns meses à frente do cargo, responsabilidade que deve abandonar no fim do ano, com o término do governo de José Ivo Sartori, Hohlfeldt afirmou que os esforços serão destinados à finalização das obras do Multipalco, que iniciaram em 2003.
— A Dona Eva é insubstituível. Mas vou tentar dar continuidade ao trabalho que ela vinha desenvolvendo nesses mais de 40 anos, com um foco muito objetivo, que é a questão do Multipalco. O primeiro foco é esse. Dar continuidade, nada mais do que isso — afirmou.
Hohlfedt deve ser oficialmente nomeado nesta quarta-feira (14), após reunião com o secretário da Cultura, Victor Hugo. Crítico teatral mais antigo em atividade no Estado, está ligado à história do Theatro São Pedro: é o autor do livro Doce Fera (1991), biografia de Eva Sopher. Ele aponta detalhes que precisam ser melhorados:
— Tem coisas que são emergenciais. Me dei conta que o pano das poltronas, depois de 15 anos, com o roçar dos vestidos e das calças, está começando a puir. Precisamos atacar esse problema.
Para concluir o Multipalco, Hohlfeldt afirmou que não buscará dinheiro do orçamento do Estado. Cogita parcerias com a iniciativa privada, o Banrisul e fontes de financiamento do governo federal.
— Eu não vou contar com dinheiro do orçamento do Estado. Isso seria uma covardia e seria, na verdade, dizer "vou ocupar o cargo e não vou fazer nada". Nós temos alternativas. Uma delas é, sim, a busca de ampliação da participação privada, mas também de outros níveis de governo. Por exemplo, o Banrisul paga imposto de renda nas suas atividades. Pode participar mais decisivamente, em vez de mandar esse dinheiro para Brasília.
Também garantiu que, para dar continuidade ao trabalho de Dona Eva, manterá a equipe já envolvida com o teatro.
— Vou manter a equipe toda porque conheço todo mundo de muitos anos. É uma equipe competente. A turma que está lá tem a minha confiança — reiterou.