A Parada Gráfica chega a sua quinta edição neste final de semana com a expectativa de, mais uma vez, fazer o Museu do Trabalho transbordar com entusiastas de quadrinhos, fanzines, gravuras e as mais variadas formas de arte impressa. Desde a estreia, em novembro de 2013, o evento saltou de cerca de 15 bancas para mais de cem em 2015 – número que se repetirá neste ano, já que o espaço não comporta mais.
Segundo um dos organizadores, o artista Fabio Zimbres, o sucesso da Parada Gráfica vem na esteira da explosão de um circuito nacional de feiras de publicações independentes que ocorreu nos últimos anos:
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– Quando fui convidado para a Plana há quatro anos (feira que ocorre no Museu da Imagem e do Som de São Paulo), achava que íamos ficar entre amigos trocando fanzines, mas lotou. Agora tenho visto feiras no Brasil inteiro, as cidades que não têm estão criando as suas.
Em Porto Alegre, a Parada Gráfica deu início a um movimento que cresceu com outras feiras, como a Papelera (mensal, em diferentes locais), a Rua Sete (anual, no Santander) e a mais nova, A6, que ocorreu em julho no Ateliê O Bestiário.
Neste ano, os organizadores da Parada esperam ver cerca de mil pessoas circulando por dia no museu, a exemplo do que ocorreu em 2016, quando era comum ver visitantes saindo com sacolas cheias de compras. As peças são vendidas a preços acessíveis, que podem ir de um adesivo ou fanzine por R$ 5 até uma gravura de R$ 300.
– A feira recebe gente muito jovem que não vai comprar algo muito caro. Já foram colocados à venda trabalhos bem caros, como um de R$ 400 que até foi vendido, mas o artista também tinha coisas menores por R$ 20. Se o artista quer que o trabalho circule, tem que pensar num produto adequado para isso – avalia Zimbres.
A edição deste ano será uma oportunidade para conhecer trabalhos e trocar ideias com representantes de editoras independentes, como as paulistas Lote 42 e Bebel Books, artistas que atuam em outros Estados, como o gaúcho Allan Sieber, João Lin e Thais Ueda, e nomes atuantes na cena local, como Trampo, Xadalu e Rafael Sica. Há também os vizinhos de Uruguai, Argentina e Colômbia: Gervásio Troche, Iván Riskin e Lina Ibanez. Além disso, a feira recebe cada vez mais fotógrafos, como Fabio del Re e Eneida Serrano, entre outros.
Ponto de encontro para artistas e público, a Parada Gráfica também se desdobra em atividades paralelas. Confira mais informações no quadro abaixo.
PROGRAMAÇÃO DE SEXTA A DOMINGO:
Riscar, sulcar, rasgar: do cartaz de rua à tela do computador
Bate-papo sobre arte impressa na atualidade, com Bruno Tamboreno, Caroline Veilson, Gilberto Tomé e Lurdi Blauth, artistas selecionados do
2º Concurso de Arte Impressa Goethe-Institut Porto Alegre. Mediação de Maristela Salvatori, artista e professora do Instituto de Artes da UFRGS. Hoje, às 19h, no Auditório do Instituto Goethe (Rua 24 de outubro, 112), com entrada franca.
Workshops gratuitos
O coletivo Ponta Seca Livre, coordenado pelo gravador Wilson Cavalcante, orienta os interessados em trabalhar em xilogravura e gravação em matrizes alternativas. As atividades são gratuitas e por ordem de chegada. Amanhã e domingo, das 14h às 18h, na oficina de gravura do Museu do Trabalho.
Oficinas de Allan Sieber e Troche
Allan Sieber demonstra seu processo de construção de colagens e desenhos na oficina Desenho Grotesco e Colagem sem Frescura. Hoje, das 19h às 22h. Já o artista uruguaio Troche apresenta o quadrinho como um veículo sincero para narrar uma história na oficina Desenho, Narrativa e Processo Criativo - hoje, das 14h30min às 17h30min.
As inscrições para cada oficina custam R$ 170 (R$ 150 antecipado), pelo site hipotetica.com.br.
Festa da Parada
Som a cargo dos DJs MZK e Damon M. Amanhã, a partir das 22h, na Casa de Teatro de Porto Alegre (Rua Garibaldi, 853).
PARADA GRÁFICA
Sábados e domingo, das 13h30min às 19h30min, no Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230). Entrada franca.