Com mais de 22,5 mil engenheiros e 6 mil mestres e doutores formados, a Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é reconhecida pela excelência acadêmica e coleciona conceitos máximos em rankings de avaliação.
O terceiro andar do prédio centenário abrigará, a partir das 14h desta terça-feira (10), uma linha do tempo contando sua história. Muito mais do que datas e eventos, o local eternizará uma das mais incríveis histórias do ensino gaúcho: a dos 125 anos da Escola de Engenharia. Em virtude das restrições impostas pela pandemia, a comemoração da data precisará ser virtual. Durante cerca de duas horas, além da linha do tempo, a cerimônia contará com a fala de autoridades e atrações como as cápsulas do tempo e do futuro, além de homenagens a docentes, discentes e técnicos administrativos.
A Escola de Engenharia nasceu muitos anos antes da própria universidade. Em 1896, quando surgiu, Porto Alegre era o maior município do extremo sul do Brasil, com cerca de 55 mil habitantes. A principal atividade econômica e industrial era a agropastoril. Foi pela necessidade de ampliar a formação científica das novas gerações, na época, que a instituição foi criada. A ideia foi dos engenheiros militares João Simplício Alves de Carvalho, João Vespúcio de Abreu e Silva, Juvenal Miller, Lino Carneiro da Fontoura e Gregório de Paiva Meira, e do engenheiro civil, Álvaro Nunes Pereira – que buscavam fortalecer, qualificar e expandir os campos de atuação.
De lá para cá, a população da Capital aumentou em mais de 25 vezes. O nosso Estado se tornou a quarta maior economia do país e o ensino gaúcho revelou talentos em diversas áreas. A Escola de Engenharia fez parte dessa evolução, deixando uma herança de ideias, projetos e concretizações a serviço da sociedade.
A renovação sempre foi uma das características da instituição. Esse traço é exaltado nas celebrações do aniversário, valorizando sua tradição centenária, sua eterna jovialidade, e sua motivação para se reinventar.
Segunda mulher a comandar a Escola nestes 125 anos, Carla Schwengber ten Caten destaca:
— Se considerarmos as notas dos cursos de graduação emitidas pelo Ministério da Educação (MEC) e pós-graduação (emitidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)), temos o melhor conjunto de notas do Brasil, e contribuímos para o excelente desempenho da UFRGS nos rankings oficiais, estando por nove anos consecutivos entre as duas melhores federais do Brasil. No Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), prova que avalia o aprendizado de universitários, oito cursos obtiveram nota máxima — celebra a diretora.
São 15 prédios e 80 laboratórios. A mais emblemática é, também, a mais antiga e famosa edificação da instituição, o prédio centenário, que começou a ser construído em 1898, localizado na praça Argentina.
Na pandemia, a Escola de Engenharia teve papel de protagonista: “Atuamos em diversos projetos, como na fabricação de protetores faciais, ventiladores, cabines de desinfecção por ultravioleta de máscaras e aventais, protocolos de segurança para a construção civil e outras iniciativas”, exemplifica Carla. Um dos projetos, desenvolvido em parceria com empresas e com as Forças Armadas, permitiu a fabricação e a distribuição de 275 mil protetores faciais, que foram destinados a 95% dos municípios gaúchos e oito Estados brasileiros.
Entre os principais apoiadores da Escola, estão as fundações vinculadas à UFRGS, que participam diretamente em projetos relacionados, por exemplo, a pesquisas e bolsas de ensino. Segundo Carla, essas entidades prestam apoio essencial para a interação e a transferência do conhecimento e tecnologias, gerados na universidade para a sociedade.
— Por meio delas, realizamos os projetos de cooperação e prestação de serviço com as instituições da sociedade. Elas nos auxiliam com a tramitação dos acordos, pagamentos de bolsas de pesquisadores e alunos, aquisições de capital e custeio, prestação de contas e, principalmente, garantindo a transparência do uso do recurso financeiro — relata.
Uma delas é a Fundação de Apoio da UFRGS (Faurgs), parceira há quase 30 anos, é formada por muitas pessoas que, inclusive, possuem ligação com a unidade acadêmica.
— As Fundações de Apoio têm orgulho de estar ao lado da Escola de Engenharia, participando de uma parte dessa trajetória de tantas conquistas e realizações, apoiando projetos de extrema importância para o Estado e o país — destaca a diretora-presidente da Faurgs, Ana Rita Facchini.