Nos primórdios da Capital, a área da atual Praça XV de Novembro, uma das mais antigas e tradicionais da cidade, era conhecida como Largo do Paraíso. É dos primeiros anos do século 19 o projeto de implantar, nesse local, uma praça. Na época, o logradouro público não tinha a menor urbanização. Essa primeira denominação, segundo o conhecido cronista Coruja, que conheceu a cidade bem no seu início, deve-se a uma antiga e pequena casa que ali existia. Diz Coruja: “Ao lado do Porto dos Ferreiros (hoje Praça Montevidéu), que assim se chamava toda a praia entre a esquina do Caminho Novo (agora Rua Voluntários da Pátria) até o Beco da Ópera (atual Rua Uruguai), e quando ainda não havia doca, nem praça do Mercado, ali existia uma pequena casa habitada por umas moças cantadeiras, e que dizem que ‘cantavam muito bem’, aonde aos domingos iam os moços passear, denominando-a Casa do Paraíso”.
Os pudicos eufemismos do velho Coruja expressam bem que uma casa de prostituição, talvez a primeira da vila, deu origem ao topônimo. Sem qualquer benfeitoria, o Largo do Paraíso consolidou-se, recebeu quitandeiros, negociantes e moradores. Ali também foi construído um primeiro mercado, inaugurado em 1844. Em 1850 foi feita a doca, onde hoje está a Praça Parobé, construída posteriormente sobre aterro. Só com a construção do novo Mercado Público, em 1869, o espaço começa a ser urbanizado, ganhando o nome de Praça Conde D’Eu. A inauguração solene foi em 1882. Dois anos depois, foi colocado um elegante chafariz de ferro bronzeado, que é o mesmo atualmente instalado no Parque Farroupilha.
Na sequencia de mudanças de nomes de logradouros públicos, que se seguiu à Proclamação da República, uma resolução de 11 de dezembro 1889 adotou para a praça o nome de XV de Novembro. Já em 1908, surgiu a sugestão de se colocar ali um “pavilhão restaurant”, em substituição a um velho chalé que existia. Em 1911, concretizou-se a ideia, ficando o atual chalé concluído em fins de outubro.
Fonte: livro Porto Alegre: Guia Histórico, de Sérgio da Costa Franco