A atual Rua Caldas Júnior, no centro histórico da Capital, em suas origens, e até por volta de 1829, foi chamada de Beco do Inácio Manoel Vieira, cidadão que ali edificara vários prédios. Por essa época, além de se falar em Beco Quebra-Costas, devido a sua inclinação, a viela também passou a ser tratada como Beco do Fanha, por causa de um taberneiro fanhoso, de nome Francisco José Azevedo, que ali fora morar em meio a mulheres de vida airada que povoavam aquela estreita via. A ruela deveria seguir morro acima, entre a Rua Riachuelo (Rua do Cotovelo) e a Duque de Caxias (Rua da Igreja), mas o Visconde de São Leopoldo amurou os terrenos de sua propriedade, abortando o projeto inicial.
Em 1873, a Câmara trocou a velha denominação popular para Travessa Paysandu, em homenagem ao feito de armas de guerra contra o Uruguai em 1864 e 1865. Em 1874, foi feito o calçamento entre as ruas dos Andradas e a Riachuelo.
Em 1919, as obras de alargamento, promovidas pelo intendente José Montaury, já estavam quase concluídas, dando novo status àquela artéria. A construção dos prédios do Grande Hotel (onde agora está o Rua da Praia Shopping), inaugurado em 1918, e o do jornal A Federação, inaugurado em 1922 (onde, desde 1974, funciona o Museu da Comunicação), ambos na esquina com a Rua dos Andradas, sacramentaram essa nova fase da rua. O antigo edifício do Grande Hotel foi consumido por um incêndio em 1967. O que sobrou foi demolido e, ali, foi construído o novo edifício GBOEX onde está instalado o shopping.
A Travessa Paysandu trocou de nome para Rua Caldas Júnior em 1944, por decreto do prefeito Brochado da Rocha (1907-1995).
Fonte: Guia Histórico de Porto Alegre, de Sérgio da Costa Franco.
Colaborou Jorge Silva