“Para isto existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.”
Rubem Alves (1933-2014), psicanalista, teólogo e educador.
Em março de 1946, as irmãs escolares de Nossa Senhora foram chamadas pelo pároco da Igreja São Sebastião, padre Reinaldo Alfredo Ody, para um trabalho educativo na Escola Paroquial, situada num antigo cinema no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.
A iniciativa respondia à crença da Madre Teresa de Jesus Gerhardinger fundadora da congregação, que dizia: “Precisamos dar às crianças não apenas a cultura exterior, que lhes permita brilhar no mundo, mas, principalmente, torná-las membros eficientes da sociedade e verdadeiros cristãos”. Então, a irmã Maria Michaelis Back assumiu como diretora, formando comunidade com outras colegas irmãs, que vieram como missionárias da Alemanha. Assim, a missão de educar começou com 73 crianças. As pioneiras, jovens missionárias da Alemanha, permaneceram por pouco tempo na escola, e algumas voltaram a seu país. Em 9 de setembro de 1946, surgiu o Instituto Santa Inês.
Em 1948, a jovem Laura Arns, mais tarde chamada de irmã Maria Helena Arns, assumiu a direção do Instituto Santa Inês e, com ela, a madre Maria Hilda Krzypczyk, a irmã Maria Edite Back, postulante à vida religiosa, e Maria Mathilde Meurer. Aos poucos, transformações foram acontecendo e, em 1954, foi fundado o Ginásio Santa Inês, que, em 1961, passou a se chamar Colégio Santa Inês. Muitas foram as mudanças em função das legislações e das necessidades da comunidade do bairro Petrópolis.
A pobreza era a fiel companheira das irmãs, que assumiram esse grande desafio de estar à frente de uma escola com recursos escassos, pouca formação e necessidades de toda ordem.
A fundadora, Maria Teresa de Jesus, afirmava: “Onde não há mais auxílio humano, a ajuda de Deus sempre ainda é possível”. Em seguida, com ajuda financeira das irmãs escolares de Nossa Senhora, dos Estados Unidos, foi comprada uma sede própria, na Avenida Protásio Alves, número 2.493, chamada de Chácara das Camélias, no final da linha do bonde.
Em 1964, a irmã Sônia Haydê Randazzo assumiu a direção do Curso Primário. Era o momento de dividir responsabilidades, pois a escola crescia. Com as atividades escolares, as irmãs também coordenavam a liturgia e a catequese na Igreja São Sebastião. Gradativamente, o Colégio Santa Inês foi crescendo em todos os sentidos: em tamanho, em qualidade e em desafios pedagógicos, a fim de desenvolver uma educação integral e de ser vanguarda na área educativa, como a fundadora preconizava; pois fazia parte do carisma um olhar especial para a formação das meninas e da mulher; pois, já naquela época, ela acreditava firmemente que as mulheres tinham grande influência na formação das novas gerações.
Hoje, aos 74 anos de uma história de sucesso e desafios, o Santa Inês busca não perder a simplicidade, mas procura ampliar as possibilidades, em uma ambiente interativo, cuja necessidade é ensinar, aprender a aprender, desenvolver o protagonismo estudantil, a responsabilidade social, com base nos valores cristãos e com cuidado extremo, para que as pessoas aprendam a gerir suas emoções, expandir habilidades socioemocionais.
O grande chamado atual é o de buscar novas formas para o conhecimento, com o objetivo de dar respostas às necessidades de cada um e de superar os desafios do mundo atual, que requerem novas interações com o conhecimento; o que exige um novo perfil dos educadores, isto é: mestres capazes de interagir, de escutar e de conduzir o processo, estimulando a provocação da problematização e conduzindo o estudante à busca constante.