Sempre que abordamos o tema bandas marciais – como aconteceu em 3 de abril, quando citamos a do Colégio Gonzaga, de Pelotas –, invariavelmente, muitos leitores se manifestam. Não por acaso. Afinal, na década de 1960, as bandas escolares eram uma verdadeira febre (como se dizia então) e muitos senhores e senhoras que nos leem participaram delas. Desta vez não foi diferente. Do André Luiz Mastrascusa, presidente da Associação da Banda Marcial Juliana, recebemos a seguinte contribuição:
“Sou leitor desta coluna e me orgulho quando colocam algo sobre bandas marciais. Gostaria de colaborar, com a história da Banda Marcial Juliana, do Colégio Estadual Julio de Castilhos. Foi fundada em 1960, na gestão do diretor Werner Kiel, pelo professor de educação física conhecido como Bruxo. Foi campeã estadual em 1969, comemorando os 50 anos do campeonato em 2019. A BMJ, se extinguiu em 1972, como várias bandas do Estado, sofrendo uma paralisação de 35 anos. Em 2006, antigos integrantes (um bando de loucos, como costumo dizer) deram inicio a uma remontagem da BMJ. Foi contratado um maestro, Vainer Ramos (está conosco até hoje) e iniciamos os trabalhos. Com a necessidade de manter a BMJ o grupo formou uma Associação, comigo na presidência, Gil Cafrune (in memoriam) como vice, Marciano Renan Lisboa da Silva, tesoureiro, Carlos Fernando Rizzon, coordenador-geral, Juliana Renato Rizzon, patrimônio e musical, Cesar Rizzon, acervo e fotografias, e José Enio Alvarenga, marketing. Contamos, ainda, com o auxílio das mães de alunos Maria Helena Brito e Daniela Almeida e da professora Maria Rita Cezimbra. O inicio da montagem da nova BMJ foi difícil, pois não tínhamos um número suficiente de alunos interessados. Decidimos, então, abrir espaço para a comunidade e simpatizantes. Nessa época, criamos o Concerto de Bandas Marciais, participamos de vários eventos da RBS – como a festividade de final de ano do Galpão Crioulo –, organizamos o Festival de Bandas da Festa Nacional da Música, reinauguramos o Estádio Beira-Rio (em 1969, havíamos participado da inauguração)".
"Nestes 13 anos de retomada, fomos nove vezes campeões do RS, pela Febargs, duas vezes campeões do RS pela ABMLINORTE, campeões brasileiros pela ABMF, duas vezes campeões do Cone Sul e campeões Sulbrasileiros, três vezes fomos a Banda Ouro do Estado e, em 2018, nos sagramos Banda Hour Concour pela Febargs. Hoje, temos uma escola musical com aproximadamente 20 alunos, com aulas aos sábados pela manhã no Julinho, um quadro de componentes de 80 membros que se apresentam em grupos de 40 a 60 pessoas dependendo do evento. Participamos das solenidades no estilo em marcha, e nos apresentamos tipo concerto, como orquestra, sentados. Já editamos um livro, O Bombardino Amassado, com histórias antigas e está sendo finalizado o segundo, com histórias recentes. Por tudo isso, gostaria de ser mais uma banda a passar por esta página que engrandece o trabalho das bandas marciais do Estado".
Contatos no Julinho aos sábados à tarde, a partir das 13h30min.