A família de Gildo de Freitas quer ajuda dos fãs para celebrar, como ele merece, o centenário do artista. Em 19 de junho deste ano, completam-se cem anos do nascimento de Gildo (Leovegildo José de Freitas) e, para comemorar, familiares estão em busca de fotografias, vídeos e objetos ligados a ele.
A ideia é montar um acervo e marcar a data com uma programação especial com shows e uma exposição temporária, promovida em parceria com a prefeitura de Viamão.
Gaiteiro, trovador e poeta popular, Gildo de Freitas nasceu em 1919, no Passo D’ Areia, em Porto Alegre, na época zona rural. Aos 12 anos, fugiu de casa e foi cantar em canchas de carreira e bocha. Ganhou fama de encrenqueiro, mas, na verdade, como diz o site Estância Virtual: “Ao longo de sua vida, Gildo nunca aguentou injustiças sem intervir – daquele jeito xucro dele. Um cafetão explorando prostituta, um marmanjo impondo sua força contra uma mulher ou uma criança, um sujeito humilhando um bêbado, nada disso era suportável aos olhos do inconformado justiceiro”. Foi preso diversas vezes. Sua trajetória foi contada no livro Gildo de Freitas (coleção Esses Gaúchos), de Juarez Fonseca.
Em 1941, casou-se com dona Carminha (hoje, com 93 anos, moradora de Alvorada) e passou a viver em Canoas. O casal teve cinco filhos: Jorge Tadeu, Neuza, Paulo Hermenegildo, José Cláudio e Leovegildo José. Entre 1953 e 1954, Gildo começou a participar de programas de rádio, o que fez com que a fama dele crescesse ainda mais. Em 1955, conheceu Teixeirinha, parceiro em memoráveis duelos de trova e com quem teve uma amizade conturbada.
Promover a história de uma das figuras mais icônicas do tradicionalismo gaúcho é tarefa dos filhos Neuza e Jorge. Eles tocam juntos a Caravana dos Freitas, que viaja por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná celebrando os sucessos do pai.
– Meu pai não chegou a ver minhas apresentações. Eu sonhava muito que estava cantando com ele, e foi aí que eu resolvi começar a cantar, quando já tinha 50 anos – relata Jorge, agora com 73.
Por onde passa, a caravana é acolhida com carinho por aqueles que sempre apreciaram o trabalho do trovador, conhecido pela personalidade forte, pelo talento e pelo amor por rodeios. Imbatível nos versos de improviso, o cantor gravou o último disco em 1982. Ele morreu no dia 4 de dezembro deste mesmo ano, aos 62, vítima de insuficiência respiratória, e foi sepultado em Viamão, onde também morou.
Numa de suas músicas mais conhecidas ele diz: “Me chamam de grosso, eu não tiro a razão... Mas sei tratar a qualquer cidadão...”. Precisamos celebrar Gildo de Freitas, o “grosso” sensível. Quem quiser ajudar e contribuir com material sobre o artista, favor entrar em contato com Wesley pelo telefone (51) 99827-7098, ou pelo e-mail gildodefreitascentenario@gmail.com