As grandes exposições representaram a modernidade do final do século 19 e início do século 20. O progresso, resultante do desenvolvimento da ciência e da indústria, especialmente reflexo da segunda revolução industrial, sinalizava que o conhecimento seria transnacional, sem limites. Polo de atração para os imigrantes, o Rio Grande do Sul mostrava ao mundo uma economia estável, a qual não dependia das incertezas do mercado internacional. Parte desse desenvolvimento econômico estava associado ao comércio praticado pelos imigrantes alemães.
Em 1912, realizou-se no arrabalde do Menino Deus a 2ª Exposição Agropecuária Estadual. A Bromberg & Cia, reconhecida internacionalmente por ser a maior distribuidora de máquinas alemãs para toda a América do Sul, marcou presença neste evento. O sucesso foi imediato, pois as grandes vedetes das exposições eram sempre as máquinas e os produtos recém-saídos das fábricas. Diante da importância de se desenvolver o parque industrial brasileiro, a Bromberg passou a concentrar-se na exportação de máquinas, diretamente de Hamburgo, na Alemanha, para o sul do Brasil. Desta forma, a firma alemã expôs alguns desses produtos e aproveitou também para divulgar, por meio de seu catálogo, parte desse maquinário, tais como: tratores, arados, capinadeiras, ceifadeiras, prensas, motores, moinhos, máquinas para beneficiar madeiras, materiais para instalações hidráulicas e elétricas e os conhecidos locomóveis.
Segundo dados do Boletim Técnico da Secretaria de Estado das Obras Públicas de 1912, os pavilhões das máquinas agrícolas foram os que mais se destacaram, chamando a atenção do público. Consta que o pavilhão da Bromberg foi um dos mais procurados na feira, pois os visitantes queriam conhecer os novos produtos importados – as novidades da época.
Às vésperas de seu terceiro mandato, e empreendendo campanha para assumir novamente a presidência do Estado, Borges de Medeiros se fez presente nesta exposição. Diante do acontecimento importante que eram as exposições, as visitas de políticos e personalidades faziam parte da agenda daqueles eventos, semelhante ao que acontece hoje com a Expointer, considerada a maior feira de exposições da América Latina.
Colaboração de Janete da Rocha Machado, historiadora, doutoranda e mestre em História pela PUCRS. Fonte: Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural/PUCRS