A partir desta terça-feira, no Memorial do Rio Grande do Sul (primeiro andar, Praça da Alfândega – Centro), o público poderá conferir a mostra comemorativa aos 97 anos do Palácio Piratini. A exposição fica até o dia 1º de julho (domingo), de terça a sábado, das 10h às 18h, e, no domingo, das 13h às 17h, com entrada franca.
A sede do governo gaúcho – localizada na Praça da Matriz, no coração do Centro Histórico da Capital – é considerada uma das mais belas e majestosas edificações do Brasil e abriga obras de arte inestimáveis, que ressignificam a herança cultural de seu povo, como os murais de Aldo Locatelli. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A mostra traz nove painéis, com fotografias identificadas a cada ano, que retratam momentos significativos da trajetória do Palácio Piratini, reproduzidas em uma linha do tempo, que conecta a construção e a reforma do Palácio, concluída em maio deste ano, quando foram entregues as obras de climatização dos salões principais. O objetivo principal da reforma foi conservar os murais do artista italiano Aldo Locatelli, localizados no salão Alberto Pasqualini, no salão Negrinho do Pastoreio e na antessala do gabinete do governador, num total de 23 obras de arte, consideradas patrimônio nacional, além da preservação do mobiliário e da decoração de época. O financiamento foi realizado por meio da Lei Rouanet, com o apoio do governo do Estado e patrocínio do Banrisul.
O Palácio Piratini foi construído por ordem do presidente Júlio de Castilhos para substituir o antigo Palácio de Barro, com a orientação para que o edifício público fosse um dos mais belos e majestosos do país. O primeiro projeto do novo palácio foi do arquiteto Affonso Hebert, da Secretaria de Obras Públicas, e a pedra fundamental foi lançada em 27 de outubro de 1896. Ainda nos alicerces, as obras foram suspensas. Contudo, em 20 de setembro de 1909, a segunda pedra fundamental foi difundida, com o projeto do arquiteto francês Maurice Gras. Em 17 de maio de 1921, o prédio foi ocupado em caráter parcial, sem inauguração oficial, pois a ala residencial e os jardins ainda não estavam prontos. Somente na década de 1970 o palácio foi finalizado.
Em 1951, o pintor italiano Aldo Locatelli foi contratado para pintar os murais nas paredes e no forro dos salões. Em 1955, um decreto do governador Ildo Meneghetti oficializou o nome Palácio Piratini, em homenagem à primeira capital da República Rio-Grandense (1836-1842), durante a Revolução Farroupilha (1835-1845).
Os lustres de cristal dos salões são réplicas dos utilizados no Palácio de Versalhes (França), e as esculturas da fachada principal e posterior da ala governamental são do francês Paul Landowski – criador do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Em 1986, o Palácio Piratini foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, e, em 2000, integrando o sítio histórico da Praça da Matriz, passou a ter também a proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.