A foto lembra a conquista do prêmio Melhor Conjunto Musical do Estado, uma promoção do jornalista Walter Galvani, pela Cia. Caldas Júnior, em 1966. O Festival de Conjuntos aconteceu no extinto Teatro Leopoldina, mas o local da entrega do prêmio foi a coxia do Auditório Araújo Vianna. A cantora Elis Regina, que veio para um show com o Zimbo Trio, ofereceu-se para ser a madrinha e aparece com o grupo segurando o troféu.
Da esquerda para a direita: Fernando do Ó Neto (guitarrista e percussionista), Gilberto de Carvalho Benati (ritmista), Luiz Fernando de Carvalho Rocha (pistonista ou trompetista), Sabino Vieira Loguercio (cantor e violonista), Geraldo Schuler (saxofonista e flautista), Marco Aurélio Corrêa da Silva (acordeonista), Vitor Hugo de Carvalho Rocha (contrabaixista e arranjador), Carlos Calcanotto (baterista) e Luiz Ernani de Aguiar Silva (tecladista e arranjador). Sem uniforme, à direita, está Edson, que era auxiliar do Holmes Aquino, técnico responsável pelo som do conjunto desde 1962.
Francisco Luiz Albornoz Serralta, o Quico, o outro tecladista, não aparece na foto, obtida no rápido intervalo da apresentação da consagrada cantora. O Conjunto Musical Caravelle, na mesma noite, recebeu o prêmio de Melhor Show, pelo lançamento de Luz Negra.
O conjunto original, que começou como Renato e seu Sexteto, ganhou forma entre 1959 e 1960. A banda tinha os seguintes componentes: Renato Maciel de Sá Jr. (baterista e bandleader), Manuel Pereira de Souza (o Maneca, pianista e arranjador), Gilberto Hermann Brodt (guitarrista), Jayme Eduardo Machado (acordeonista), Luiz Carlos Ballista (contrabaixista), Luis Fernando Verissimo (saxofonista e clarinetista) e Gilberto Carvalho Benati (ritmista). Era um sexteto de sete. Por isso, Verissimo brincava dizendo que era "o maior sexteto do mundo". Renato retrucava: "Sou eu e mais seis, portanto, Renato mais o sexteto".
Em 1961, Gilberto Brodt, então no quarto ano de Medicina, ouviu Sabino cantar – como calouro entusiasmado, no Centro Acadêmico Sarmento Leite, da Faculdade de Medicina – e convidou-o para entrar no grupo. Argumentou que um cantor era só o que faltava para que o conjunto começasse a aparecer.
Em 1962, saíram Ballista, que já estava no sexto ano de Engenharia, Verissimo, que foi viver no Rio de Janeiro, Jayme, então no terceiro ano de Direito, e Brodt, que cursava o quinto ano de Medicina. Chegaram: Marco Aurélio Corrêa da Silva (acordeonista), Ethevaldo Sigismundo Slotovski (conhecido por Poposki, que foi músico da Ospa como contrabaixista e, eventualmente, trombonista e violinista) e Fernando do Ó Neto (guitarrista e, mais tarde, percussionista).
Para substituir L.F. Verissimo, ingressou Jerry Quadros Oliveira (trompetista, seguidor do estilo de Louis Armstrong). Em 1963, entrou Geraldo Flach (pianista e vibrafonista). Como irmão de Matias Flach, colega de Renato na Faculdade de Direito da UFRGS, foi natural Geraldo, aos 16 anos, ser convidado por Renato, que ficou encantado ao ouvi-lo tocar. Outro músico a integrar o conjunto foi Vladimir Lenine Lattuada (conhecido por Bigode, embora não o usasse, originário do Conjunto Flamboyant e notável saxofonista e flautista).
Em 1964, juntou-se ao conjunto Francisco Luiz Albornoz Serralta (o Quico), fazendeiro de Livramento, amigo de Renato, que começou a frequentar os ensaios e se mostrou um exímio pianista. No final de 1964, saíram Renato, já no último ano de Direito, e Maneca, que estava terminando o curso de Engenharia. Ernoe Eger (pronuncia-se Ernê), originário do consagrado Quinteto Breno Sauer, passou a ser o contrabaixista, além do baterista Miltinho, que substituiu Renato.
Com a saída de Renato, Sabino ficou responsável pelo grupo, já então chamado de Renato e seu Conjunto, que chegou a ter 12 integrantes. Com a volta de Quico para Livramento, o conjunto precisou de mais um pianista e, então, Breno Sauer foi convidado, trazendo junto Portinho (baterista de seu famoso, e já então desfeito, quinteto).
Depois, Breno, Portinho e Ernoe deixaram o conjunto para se aventurar no Exterior, primeiro no México, depois em Chicago, nos Estados Unidos, onde foram morar. Com a saída de cinco músicos, Breno, Ernoe, Portinho, Geraldo e Poposki, uma nova formação foi buscada e foi essa que participou e venceu o Festival de Conjuntos de 1966.
Os novos integrantes (Luiz Ernani, Vitor Hugo e Geraldo Schuler) eram oriundos do Conjunto Je Reviens, músicos com os quais mantínhamos um relacionamento fraternal.
Em 1966, Quico foi substituído por Djalmo Heitor Zinn (Chiquinho), estudante de Medicina. Entre 1963 e 1970, também compuseram o conjunto Melão, Vilson Ayala, Roberto Gianoni e Rogério Gobatto (os dois últimos cantores). Em 1973, por não ser possível conciliar a atividade médica com a música, Sabino também deixou a banda. Em 1974, o conjunto encerrou, oficialmente, as atividades.
Colaborou Sabino Vieira Loguercio