Se o momento ainda é de luto para os frequentadores dos museus brasileiros, a 12ª edição do projeto Primavera dos Museus chega para movimentar, estimular e dar esperança a centros culturais de todo o país. Entre hoje e domingo, 900 instituições realizam mais de 2,7 mil eventos para atrair público a suas salas. No Rio Grande do Sul, mais de 90 instituições, localizados em 46 cidades de todas as regiões do Estado, realizam programação especial durante esta semana.
As principais unidades que aderiram ao programa investiram em atrair visitantes – paralelamente ou de forma integrada às atividades permanentes. Mas há também os museus que aproveitaram a proposta para promover o próprio acervo.
Em Porto Alegre, onde 16 instituições participam do evento, destaca-se a programação do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75), que realiza amanhã um curso sobre museologia e duas sessões de visita guiada e, na quarta-feira, uma caminhada cultural no cemitério da instituição. Já na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000), os destaques ficam por conta das oficinas O que é um museu? Para que serve? O que se guarda num museu, em que crianças criarão minimuseus, e Escrita criativa para adolescentes, baseada nas obras da coleção Fantasmagoria, de Iberê Camargo – ambas serão realizadas no próximo sábado. A programação completa do evento pode ser acessada no site programacao.museus.gov.br.
– Esta semana tem entre seus principais objetivos valorizar e fortalecer a imagem dos museus. Quando o público nesses espaços aumenta, eles são democratizados. A comunidade ao redor deles se sente pertencente àquele lugar – afirma Ana Lourdes Costa, coordenadora de promoção e gestão da imagem institucional do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), entidade que organiza o projeto.
Ana Lourdes Costa, do Ibram, afirma que a Primavera dos Museus é um incentivo à visitação, mas que o esforço deve ser contínuo. Para ela, após o incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio, no dia 2 de setembro, instituições de todo o país ficaram sensíveis ao debate sobre a manutenção das unidades.
– Foi a maior tragédia da área museológica. Não tem só 200 anos de pesquisa, mas a memória afetiva de quem visitava o Museu Nacional. Muito está sendo repensado agora.