Com a lotação dos leitos da unidade de tratamento intensivo (UTI) do Hospital de Caridade de Palmeira das Missões por pacientes em tratamento contra a covid-19, a prefeitura da cidade decidiu restringir a circulação e para isso, publicou um decreto que entrou em vigor nesta quinta-feira (3), que fecha o comércio não essencial até a próxima terça-feira (8).
Além disso, nesta quinta-feira e no domingo (6), os supermercados também estão impedidos de abrir . Já as lojas de materiais de construção podem funcionar apenas na modalidade de telentrega. No sábado, não será permitida a abertura de lotéricas.
De acordo com o prefeito de Palmeira das Missões, Evandro Luis Massing, a saúde do município está colapsada.
— Precisamos tomar uma medida extrema. A saúde pediu socorro. Estamos no limite do limite. A única alternativa que tínhamos era restringir a circulação — constatou.
A região de Palmeira das Missões recebeu o segundo sinal de alerta de acordo com o modelo de gestão da pandemia do Estado. Segundo o prefeito, o modelo não é suficiente para gerir a crise. De acordo com ele, dos 10 pacientes que estão internados na UTI da cidade, cinco residem em cidades da região, mas no momento, apenas o município restringiu a circulação.
Se não tiver uma ação coordenada, conjunta e maior, dificilmente vamos conseguir resolver o problema. Desta forma, serão apenas medidas pontuais, mas o problema é muito maior do que isso. O Estado se retirou dessa questão e os municípios estão com essa responsabilidade. Estamos vivendo o inferno astral dos prefeitos. Temos que tomar as decisões sozinhos — lamentou Massing.
Para o prefeito, o melhor caminho é a imunização em massa da população, mas a vacinação avança lentamente devido à baixa disponibilidade de imunizantes. Atualmente, 35% da população da cidade, que tem cerca de 34 mil habitantes, está imunizada com a primeira dose da vacina. No município, as aulas seguem de forma remota, já que logo no inicio da retomada das atividades escolares foram registrados surtos de coronavírus nas escolas. Um acordo firmado entre a prefeitura e o Ministério Público garantiu apenas o retorno das aulas da Educação Infantil e primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental.
Além de Palmeira das Missões, outros municípios gaúchos também estão editando decretos que diferem das orientações do governo estadual. O Palácio Piratini deve anunciar nesta quinta o que será feito em relação à desobediência às regras, mas, por enquanto, ainda não se posicionou.