As unidades de terapia intensiva (UTIs) de Porto Alegre registraram 400 pacientes internados com coronavírus nesta quarta-feira (24), conforme indicavam os dados do painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por volta das 19h30. São 17 internações a mais do que o teto de 383 vagas estipulado pela prefeitura da Capital no início da pandemia, limite para que não houvesse risco de colapso na estrutura de atendimento.
Os dados apontam para 12 hospitalizações a mais em UTIs da Capital do que na terça-feira (23), quando havia 388 doentes em estado grave. Estão com lotação de 100% os leitos de terapia intensiva dos hospitais Independência, Restinga, Vila Nova, Mãe de Deus e São Lucas, enquanto o Hospital Moinhos de Vento já opera além da sua capacidade de leitos operacionais, com 104,55% de ocupação.
— A nossa capacidade já transbordou, normalmente temos 60 leitos de UTI, mas montamos uma estrutura emergencial com mais oito leitos e já estão todos ocupados. É sem precedentes o que estamos vivendo agora e a melhor estratégia é cada um fazer o seu melhor na sua esfera de trabalho. Aqui tentamos ser o mais eficientes possível, mas é preciso que os órgãos que têm competência para a tomada de decisões relativas à pandemia o façam, e que não sejamos deliberadamente raivosos com eles. Tomar decisões nesse momento não é fácil, precisamos ser empáticos — afirma o diretor geral do Hospital Mãe de Deus, Rafael Cremonese.
A coordenadora da UTI do Hospital Conceição, Taiani Vargas, que concedeu na manhã desta quarta-feira (24) entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, afirmou que o momento atual é o pior desde março do ano passado, quando a pandemia chegou ao RS. De acordo com o monitoramento da SMS, o Conceição está com 97,33% dos seus leitos de UTI ocupados.