O enfrentamento da pandemia de coronavírus depende da imunização massiva da população, mas cada indivíduo tem grande responsabilidade para o sucesso dessa iniciativa. É fundamental que o público-alvo das sucessivas etapas da campanha fique atento e compareça aos locais de vacinação para receber as duas doses nas datas previstas. Os imunizantes em uso neste momento no Brasil preveem duas aplicações, e a proteção só será alcançada se essa indicação de uso for cumprida.
No caso da CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo (SP), o intervalo a ser observado é de 14 a 28 dias — ou seja, de duas a quatro semanas. Esta é a vacina que vem sendo administrada em idosos, em postos de saúde, desde a semana passada. Para a vacina de Oxford, projeto viabilizado pela universidade inglesa e pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca, o espaçamento entre as aplicações é maior: 12 semanas.
A partir da remessa de lotes de imunizantes pelo Ministério da Saúde, a campanha de imunização, no Rio Grande do Sul, funciona da seguinte maneira: a Secretaria Estadual da Saúde (SES) distribui as vacinas para as coordenadorias regionais e informa todas as cidades sobre os prazos, mas a definição das estratégias locais é de responsabilidade de cada prefeitura.
Em geral, quem vai ao posto pela primeira vez é orientado sobre o dia em que necessita voltar. Os profissionais de enfermagem que aplicam as vacinas também costumam anotar na carteirinha, a lápis, a data prevista para o retorno — trata-se do mesmo procedimento adotado para outras vacinas. É fundamental respeitar essas orientações e, em caso de dúvidas, contatar a unidade de saúde.
Roselie Corcini Pinto, coordenadora da Atenção Primária da Santa Casa de Porto Alegre e supervisora dos mais de 40 postos de saúde da cidade, diz que não se pode tomar a segunda dose antes do período mínimo de espera, mas acrescenta que, no caso da segunda, não há problema se houver um atraso de até dois dias.
— Só estaremos com a imunidade completa com as duas doses. E estar vacinado não significa não se contaminar mais. As vacinas são para evitar os quadros graves. Temos que continuar mantendo todos os cuidados: distanciamento, uso de máscara e higienização das mãos — acrescenta Roselie.
Se, por acaso, a carteira de vacinação for perdida ou extraviada, um funcionário do posto pode pesquisar em que data a pessoa tomou a primeira dose da vacina, que fica registrada no sistema.