A morte de uma menina de três anos que testou positivo para covid-19 acendeu um alerta no abrigo onde ela morava, em Canoas, na Região Metropolitana. Nesta semana, os demais moradores e os funcionários que trabalham no local passarão por testes para confirmar se estão ou não com a doença.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, todos passarão pelo teste RT-PCR, considerado o "padrão-ouro" no diagnóstico do coronavírus — ele detecta a presença do vírus nos primeiros sete dias de aparecimento dos sintomas. Este modelo foi escolhido porque, no início do mês, as crianças e funcionários já haviam passado por testes rápidos, que identificam se a pessoa tem anticorpos para a covid-19.
— Com o PCR, já identificamos se a pessoa está com o vírus ativo no corpo e podemos isolar. No início do mês, uma funcionária testou positivo e, por isso, todo mundo já havia passado pelos testes rápidos.
No abrigo, que acolhe crianças por determinação judicial, vivem pouco mais de 30 pessoas. No total, 27 funcionários trabalham no local.
A criança morreu na última quarta-feira (29), mas teve resultado positivo confirmado para covid-19 no sábado (1º). Segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Luísa Camargo, ela já vivia, de certa forma, isolada:
— Ela já havia sido afastada do convívio familiar porque havia caracterização de um certo nível de negligência. Ela já vivia em um quarto separado, praticamente isolada, porque tinha comorbidades. No dia em que morreu, foi tudo muito rápido: ela passou mal e foi levada para o hospital.
A menina com síndrome de down tinha cardiopatia e asma. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a criança chegou para atendimento na UPA Boqueirão em parada cardiorrespiratória. Houve tentativa de reanimação por 25 minutos, sem sucesso. Ela havia sido acolhida há cerca de dois anos, por decisão judicial.