A menina de três anos que morreu em Canoas na quarta-feira (29) e cujo teste para covid-19 teve resultado positivo confirmado no sábado (1º) morava em um abrigo com cerca de outras 30 crianças. A instituição já está sendo monitorada por órgãos de saúde, vigilância sanitária e epidemiológica. A partir desta segunda-feira (3), será organizado um plano de testagem de funcionários e de crianças.
Conforme a secretária de Desenvolvimento Social de Canoas, Luísa Camargo, não há, no momento, registro de alguém com sintomas no local. Há cerca de um mês, uma funcionária teve sintomas gripais, foi afastada, mas não houve confirmação para covid-19.
A menina com síndrome de down tinha comorbidades: era cardiopata e asmática. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a criança chegou para atendimento na UPA Boqueirão em parada cardiorrespiratória. Houve tentativa de reanimação por 25 minutos, sem sucesso.
— Em todos os casos que envolvem problema respiratório, é regra coletarmos material para testar coronavírus. O caso primeiro foi registrado como suspeito e agora confirmado positivo. A secretaria fará um processo de investigação de óbito infantil, que é rotina, no qual se verifica as circunstâncias em que ela vivia, como eram os cuidados no abrigo — explicou o secretário de Saúde, Fernando Ritter.
A secretária disse que a menina havia sido acolhida há cerca de dois anos, por decisão judicial. O abrigo mantém três casas-lares com crianças de zero a oito anos de idade:
— Ela recebia bons cuidados. Tinha crises frequentes de asma e tinha atendimento duas vezes por semana da fisioterapeuta. Já costumava ficar mais isolada dos demais em função da baixa imunidade. A causa da morte foi registrada como natural, mas a covid-19 pode ter contribuído para agravar o quadro respiratório.
O Rio Grande do Sul confirmou, no sábado (1º), mais 71 mortes por coronavírus, ocorridas entre os dias 11 de julho e 1º de agosto. Com os últimos registros, o total de óbitos pela covid-19 no Estado chegou a 1.947.
De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado, também foram detectados 3.772 novos casos. Ao todo, são 70.456 pessoas contaminadas. A secretaria ainda informou que 60.410 pacientes estão recuperados da doença, o que representa 86% do contingente de infectados nos últimos quatro meses.