O governador Eduardo Leite afirmou, nesta terça-feira (23), que é preciso reduzir a velocidade de contágio do coronavírus na região metropolitana de Porto Alegre, sob pena de se perder o controle sobre a doença. Conforme o chefe do Executivo, se a velocidade atual de avanço da doença for mantida, pode haver um colapso do sistema de saúde da região.
– Na Região Metropolitana, neste momento, precisamos de medidas mais restritivas para evitar que haja perda de controle da velocidade da disseminação do vírus e, consequentemente, um colapso do nosso sistema hospitalar. Ele está sendo ampliado, mas se a velocidade do avanço do vírus se mantiver como está, não tem aumento (de leitos) que consigamos fazer possível, até porque, além da estrutura física, é preciso aumento da estrutura de pessoal – alertou Leite, durante entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
Leite destaca que a ocupação de leitos de UTI para pacientes covid-19, na área chamada de macrorregião metropolitana, passou de uma média de 60 para 150, em cerca de duas semanas.
– A macrorregião passou o mês de maio com em torno de 50 a 60 internações (simultâneas) para covid-19. Era a regra, até a primeira semana de junho, quando começamos a observar aumento para 70, 90, 100, 110, 130… São 150 pacientes confirmados covid-19 na (macrorregião) metropolitana. Isso aconteceu em um intervalo de 14 dias. Se eu tiver em mais 14 dias a mesma proporção de avanço, significa ter em duas semanas 300 paciente, e aí começa a se tornar insustentável. A gente precisa ter uma parada agora – disse o governador.
Nesta segunda-feira (22), o governo alterou o modelo do distanciamento controlado, permitindo a flexibilização de regras em municípios com indicadores positivos, mesmo que eles estejam inseridos em regiões com risco alto para coronavírus. Pela nova norma, uma cidade que esteja em região de bandeira vermelha poderá seguir normas da bandeira laranja, caso ela não tenha registrado morte ou hospitalizações pelo novo coronavírus nos últimos 14 dias.
– Se o município não tiver casos, nem de internações, nem de óbitos, não faz sentido impor grande sacrifício econômico, que interfere na vida das pessoas. Não significa afrouxamento, significa ajuste para que isso tudo faça sentido para as pessoas – argumentou Leite.
O governador também avaliou que parte da população gaúcha compreendeu erroneamente as flexibilizações das últimas semanas como uma volta à normalidade:
– Algumas pessoas confundiram abertura de atividades com restrições com volta à normalidade. Não é volta à normalidade. Se as pessoas não colaborarem, pode se perder o controle – apontou.