Em meio à pandemia da covid-19, uma startup gaúcha está próxima de lançar um aplicativo que ajudará no combate à doença. A Tummi (nome do deus da medicina na cultura inca) foi fundada em 2017 aqui no Rio Grande do Sul para auxiliar no tratamento de pessoas com câncer, mas, em 2020, resolveu criar um aplicativo que colabore também na contenção do número de casos de coronavírus.
– Percebemos que 11% dos 3 mil pacientes que haviam feito o download não tinham câncer, mas outras patologias, como diabetes, acidentes vasculares cerebrais etc. Havia uma necessidade não atendida. Então, fizemos uma parceria com o doutor Carlos Eurico Pereira, pneumologista, e fizemos uma adaptação para pessoas com doenças pulmonares. Quando estávamos fazendo isso, surgiu a pandemia e a liberação da telemedicina, nos possibilitando o desenvolvimento do Tummi Coronavírus, plataforma que faz avaliação da chance da pessoa ter a covid-19 – conta uma das criadoras do aplicativo, Alessandra Morelles, médica oncologista no Hospital Moinhos de Vento, cofundadora e CEO da empresa.
O nova versão do aplicativo é muito parecida com a primeira, em que o paciente vai preenchendo um questionário com sintomas, marcando o que está sentindo com a devida intensidade. É praticamente um algoritmo de avaliação de risco, conforme os desenvolvedores. Conforme a pessoa for avançando e contando os sintomas, o aplicativo vai avisando se o paciente deve consultar um médico em um hospital. Depois de tudo, a pessoa, caso queira, ainda pode conversar com um profissional da saúde para entender melhor o que se passa com ela.
Segundo a empresa, a parte sistemática já está pronta. O aplicativo já foi encaminhado para o Google Play e para a Apple Store. No entanto, devido à alta demanda, as plataformas estão demorando para liberar os programas. Por isso, a Tummi, em parceria com a empresa de softwares DBC Company, tem desenvolvido uma versão web para agilizar a entrada no mercado. Com a divulgação apenas no Rio Grande do Sul e para contatos próximos, a Tummi já tem 30 médicos voltados para este aplicativo.
– Ainda não divulgamos o cadastro para o restante do Brasil. Fizemos uma parceria com a Universidade de Santa Cruz (Unisc), que vai disponibilizar médicos. Podemos chegar a 300 profissionais e o aplicativo tem capacidade de atender até 10 mil conexões simultâneas – relata a CEO da empresa.
A empresa busca médicos para colaborar de forma gratuita. Quem tiver interesse pode se cadastrar no site pages.tummi.org/tummicoronavirus, preenchendo o formulário disponível. Depois de inscrito, o médico irá dispor de horas para ficar online na plataforma e ajudar os pacientes que optarem por conversas.