Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, o médico Nelson Teich tomou posse nesta sexta-feira (17) em cerimônia oficial no Palácio do Planalto.
A solenidade teve início por volta de 11h. Em seu discurso, Mandetta fez um balanço de sua gestão, que durou pouco mais de um ano e quatro meses, elogiou o trabalho da Fiocruz e exaltou a importância da ciência em tempos de pandemia. Ele aproveitou para desejar "sabedoria" ao sucessor para liderar o enfrentamento ao coronavírus no país.
Antes de se despedir, Mandetta afirmou:
— O século 21 vai ser dividido em antes e após o corona. Todas as economias vão sofrer, a nossa vai sofrer, e muito nos preocupa a segunda onda, o pós-covid.
O ex-ministro ainda agradeceu a Bolsonaro pela oportunidade de trabalhar no ministério e antes de deixar o púlpito, colocou-se à disposição:
– Sabemos muito bem que fizemos o trabalho que deveria se feito e continuamos à disposição, com vontade que esse país possa ter dias melhores.
Teich falou logo após assinar o termo de posse. O novo ministro não tocou em pontos nevrálgicos, como as questões de distanciamento social ou pesquisa por remédios e ressaltou o "foco nas pessoas" e na parceria com Estados e municípios:
– Por mais que você fale em saúde, por mais que você fale em economia, não importa o que você fala, o final é sempre gente –afirmou Teich.
Na sequência, o presidente Jair Bolsonaro cumprimentou Mandetta e desejou sorte a Teich. Em seu discurso, ele pediu que o novo ministro encontre uma alternativa ao trabalho que estava sendo desenvolvido. Bolsonaro disse que Mandetta priorizou a "saúde e a vida", mas que o trabalho também deve considerar a "economia e o emprego".
– Aqui não tem vitoriosos e nem derrotados. A história lá na frente vai nos julgar.
Em defesa da reabertura do comércio para restabelecer a economia em meio à crise, o presidente afirmou que corre "risco", mas acredita que essa é a medida correta para lidar com o combate ao coronavírus e ao desemprego.
– Essa briga de começar a abrir para o comércio, é um risco que eu corro, porque se agravar vem para o meu colo. O que eu acredito é muita gente já esta tendo consciência que tem que abrir.
Bolsonaro citou a decisão do Supremo de que Estados e municípios têm o poder de estabelecer políticas de saúde, inclusive questões de distanciamento social e a classificação dos serviços essenciais e afirmou:
— Vamos seguir o destino e respeitar a decisão, afinal estamos em uma democracia, além da independência e harmonia entre os poderes. Não vou pregar desobediência civil. Mas medidas como essa têm que ser rechaçadas.
Bolsonaro também defendeu a reabertura das fronteiras, especialmente de Paraguai e Uruguai.
– Conversei com o ministro (Sergio) Moro agora há pouco sobre fronteiras. Tenho a minha opinião, que a gente vai conversar com mais ministros. Começar a abrir as fronteiras.
Reveja os discursos aqui: