Uma verdadeira expedição a um recôndito de natureza exótica. Assim é a viagem à Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina. Caminhar pelas geleiras, apreciar pinguins e esquiar são apenas alguns dos programas possíveis em uma região com vocação turística e que atende bem seus visitantes – que chegam do mundo inteiro.
A variedade de opções é tamanha que, se o visitante for no inverno, vai conhecer sob uma perspectiva e, voltando alguns meses depois, encontrará um lugar praticamente desconhecido. Nos meses gelados, é como ir para os lugares mais consagrados pela neve sem sair do continente.
— É muito próximo do Brasil e se compara a destinos distantes como Alasca, Noruega e Islândia. Ao mesmo tempo, quando se vai no verão são outros passeios, é outra viagem. Por isso é tão fascinante — empolga-se o diretor de operações da Patagônia Trips, Leonardo Kaster.
O reconhecimento vem principalmente pelas épocas mais frias do ano. A região concentra experiências que não são encontradas em nenhum outro lugar do continente, como passeios de moto de neve, de trenós puxados por cães da raça husky e trekking usando botas com grampões.
Os centros invernais contam com estação de esqui onde é possível praticar também o snowboard, fazer aulas e ter contato com a neve. A estação Cerro Castor é conhecida como a melhor neve da América do Sul para a prática do esqui, em razão da proximidade com o polo, garantindo a chance de deslizar sobre a neve durante toda a temporada, que vai de junho a setembro.
Os glaciares são outro espetáculo da natureza. O Perito Moreno, na Patagônia, é o único no mundo que, a despeito do desprendimento de placas gigantescas todos os dias, continua crescendo.
Mas tudo tem um preço: o inverno também capricha na quantidade de nuvens, prejudicando a visibilidade na paisagem dos lagos – como da Laguna Esmeralda, na Terra do Fogo, escondida no período mais frio e pintada de um verde que faz jus ao nome.
Além de apreciar a vista, voltar no verão também conta com um grau de dificuldade menor em alguns passeios. E os pinguins. Muitos visitantes querem avistar os animais. Apenas na Ilha Martillo ficam mais de 800.
Vocação
A Patagônia impressiona pela quantidade de serviços, passeios e opções que oferece. É uma região que aprendeu muito com o turismo e se preparou para ele.
— A maioria dos feedbacks dos clientes são de que ficaram encantados não só com o destino, mas com o atendimento — conta Kaster.
Segundo ele, quase diariamente são atendidos clientes preocupados com a situação econômica da Argentina, mas destaca que os problemas estão concentrados em Buenos Aires e em polos industriais, como Córdoba e Mendoza.
— A Patagônia a gente compara com Gramado e Canela, é outra realidade. Está sempre recebendo turistas do mundo inteiro. Europeus, americanos, canadenses, o nível de atendimento é um dos melhores do mundo — frisa.
Por ser procurada o ano todo, a Patagônia não tem uma alta temporada bem definida. O preço se mantém estável, mas a disponibilidade de vagas em voos e hotéis é mais escassa nos períodos de férias escolares e em feriados.
Paisagens deslumbrantes
Vale passear com o Trem do Fim do Mundo, no Parque Nacional Terra do Fogo. O visual da geografia local, com lagunas e montanhas, é lindo. O passeio de barco pelo canal Beagle, de onde saem as expedições para a Antártica, também é uma boa pedida. Mas atenção: fuja da obviedade e lembre de desbravar outras opções. Afinal, são muitas possibilidades.
Quanto custa
O pacote de oito noites com café da manhã, passagem aérea e cerca de quatro passeios custa, em média, R$ 8 mil por pessoa.
Outras opções de destino
Espetáculo no céu
Um céu preto rabiscado por uma luminescência verde-limão. O fenômeno é possível graças a uma combinação de fatores que, embora tenha lugar certo para acontecer, não é tão rara quanto possa parecer. A aurora boreal resulta do encontro de gases solares com a atmosfera da Terra. Mas não é só isso. Para ser devidamente apreciada, o ideal é estar em lugares ermos, longe da umidade e da luminosidade das cidades.
Os países mais procurados para apreciar o fenômeno são Canadá, Estados Unidos (Alasca), Islândia, Suécia, Finlândia, Noruega e Rússia. Por conta da escuridão necessária, o período mais indicado é o do inverno ártico (janeiro e fevereiro), quando as noites em partes desses locais duram cerca de 20 horas – ao contrário do verão, entre julho e agosto, quando tudo se inverte.
A dica para quem não quer voltar com a galeria de fotos vazia é escolher pacotes de pelo menos três a cinco dias, o que aumenta muito as chances de ver uma noite inesquecível. Incursões em regiões mais remotas, fugindo das cidades, também são bem-vindas. Mas não é indicado "caçar" a aurora boreal sem um bom guia local, já que as temperaturas podem chegar a -20ºC, dificultando as condições em caso de se perder, por exemplo.
Quanto custa
Os pacotes mais procurados pelos gaúchos são para Noruega e Finlândia
Preço médio, sem aéreo: 3 mil euros com hospedagem, transfer do aeroporto com guias locais e caças às auroras boreais.
Compreendendo o passado
Viajar ao Egito é ter contato com milênios de história da civilização. Mas o país também reserva uma boa dose de geografia deslumbrante para contemplação dos visitantes.Como a carga de informações é grande, os guias locais são bastante úteis. Hieróglifos nas paredes, que parecem sem sentido em um primeiro momento, ganham significado com a explicação dos orientadores e revelam passagens importantes da história da humanidade.
— Quando o guia explica que aquilo significa, por exemplo, a técnica da medicina egípcia, operações que se faziam naquela época, se torna muito legal — diz o CEO da operadora de turismo Uneworld, Fabian Saraiva.
Segundo ele, além do Museu Egípcio, das pirâmides e da esfinge, no Cairo, é recomendado conferir o Vale dos Reis e o passeio de balão em Luxor, ao amanhecer. No extremo sul, em Abu Simbel, um templo reúne peças que ficaram sob o solo por quase 3 mil anos, revelando até mesmo as cores das pinturas da época.
Quanto custa
Pacote com saída de Porto Alegre, quatro noites no Cairo, quatro em um cruzeiro (com refeições, sem bebidas) e três em um balneário all inclusive sai entre US$ 3 mil e US$ 3,5 mil, incluindo transfer, alguns passeios e voos internos no país. Opções de menor duração e sem alguns passeios começam em US$ 1,1 mil, sem aéreo saindo de Porto Alegre
Olhos no futuro
Altamente inovadora, Singapura é um dos destinos mais cosmopolitas e impressionantes do mundo.
— Singapura é habitada em todo seu ambiente, do início ao fim, e vivida o tempo todo. Nada é fake, tudo é real — observa Fabian Saraiva, da Uneworld.
Com cenários futuristas, inclusive com árvores tecnológicas, a rica cidade-estado exige renda considerável para se viver. Em algumas ruas se presencia desfile de carros de luxo e lojas de grifes, mas não longe dali há mercados chineses e indianos para quem procura um souvenir.
Um dos pontos altos (literalmente) é o Marina Bay Sands, hotel composto por três torres, unidas no alto por uma estrutura que lembra um barco. É nesta transversal que fica a piscina de borda infinita onde os turistas sonham ser fotografados.
— É exigido que se hospede no hotel por pelo menos uma noite para ter acesso às piscinas, mas os visitantes podem reservar uma mesa em um dos bares, que têm consumação mínima, e fazer belas fotos lá em cima — sugere Saraiva.
Quanto custa
Pacote de quatro noites em hotel quatro estrelas, com transfer, café da manhã e city tour sai por US$ 1,1 mil por pessoa. O pacote de categoria luxo, em hotel cinco estrelas, a partir de US$ 1,4 mil por pessoa. Nenhuma opção inclui as passagens aéreas.