Patrimônio cultural do Mercosul, as ruínas de São Miguel das Missões aos poucos voltam a recuperar os turistas perdidos durante a pandemia. Reaberto no início de setembro após quase seis meses em visitações, o sítio arqueológico localizado na região Noroeste tem recebido, em média, 30 a 40 pessoas por dia.
O horário das visitas ainda está limitado (veja informações ao fim do texto) e há limitação de no máximo 200 pessoas ao dia, mas, em compensação, está suspensa a cobrança dos R$ 14 de ingresso. Como o parque está espraiado em 33 hectares, não há tanto risco de aglomerações — o limite de público foi concebido mais para evitar junções na entrada e na saída, quando é preciso passar pelas catracas do portão.
Máquina fotográfica em punho, Edinan Hiekmann passeava pelos sete arcos construídos pelo arquiteto italiano Gian Batista Primili 285 anos atrás. Ao lado da esposa, Laís Vitória, ele venciam os vãos da antiga igreja jesuíta encantado com cada pedaço de história encravado nas paredes seculares.
— A beleza é impressionante. Eu já tinha vindo aqui quando criança e não lembrava de como era bonito — afirma Hiekmann.
De acordo com o secretário de Turismo de São Miguel das Missões, Fabiano Moraes, a expectativa da prefeitura era fechar 2020 com 150 mil turistas no município. No ano passado, foram contabilizados 134.653 visitantes.
A quarentena imposta pela pandemia afastou as pessoas e acabou afetando os cerca de 400 empregos diretos gerados pelo setor. Com cerca de 8 mil habitantes, o município não tem UTI no hospital local e depende da cobertura sanitária de Santo Ângelo, a cerca de 50 quilômetros. As limitações dificultaram a reabertura do parque, cujas tratativas começaram ainda em julho.
O retorno foi no feriadão de 7 de Setembro, mas o museu das Missões e a sacristia das ruínas, dois espaços fechados, seguem com a visitação vedada. Na ocasião, cerca de 750 pessoas passaram pelo local. Para evitar o contato com superfícies, até mesmo o corrimão das escadas que levam ao museu foi isolado.
— Este é um lugar místico, a gente sente uma energia diferente ao chegar aqui — conta o representante de vendas Juliano Silva, 47 anos.
O espetáculo diário de som e luz, exibido há 43 anos, também foi retomado. Por conta da restrições, são permitidas 112 espectadores por vez, ante os 400 assentos disponíveis. Enquanto o parque esteve fechado, a prefeitura chegou a realizar uma exibição no formato drive-in, com os carros perfilados na avenida em frente às ruínas e captando o som pelo rádio.
Programe-se
- Horário de visitação: diariamente, das 9h às 10h45min e das 14h às 16h45min
- Agendamentos pelo fone (55) 3381-1299, nos mesmos horários