
Nova York é uma daquelas cidades inesgotáveis. Seja em uma viagem de poucos dias ou em uma jornada de semanas, a impressão que dá quando estamos no avião, no dia da volta, é de que precisamos retornar para a Big Apple em breve. Pois sempre há muita coisa para curtir, desde as novidades dos pontos turísticos até os pequenos detalhes dos bairros que, muitas vezes, ficam de fora dos roteiros mais tradicionais.
Que tal começar essa viagem olhando a cidade de cima, bem no coração de Manhattan? Um dos arranha-céus mais emblemáticos de NY, o Empire State Building, abriu em outubro o seu novo deck de observação, no 102º andar. O espaço conta com janelas de vidro do chão ao teto, sem obstruções, com uma vista de 360º. O prédio, para quem não lembra, é aquele da clássica cena do filme King Kong (1933), com o gigantesco macaco agarrado no alto do edifício, sendo atacado por aviões.
O Empire State é o segundo prédio mais alto de Nova York, ficando atrás do One World Trade Center. Os preços para visitá-lo variam de US$ 38 (até o 86º andar) e US$ 58 (até o 102º andar). Há descontos para crianças.
A visita ao charmoso e clássico terraço é obrigatória. Não é a toa que atrai milhares de turistas diariamente. Se puder, vá durante a noite para ver a cidade completamente iluminada. Desde o saguão, com uma enormidade de detalhes em mármore, até o observatório, cada espaço tem uma história destacada, com exposições e painéis interativos.
— O observatório do 102º andar é a joia da coroa do Empire State Building. Proporciona aos visitantes acesso a uma visão incomparável de Nova York — resume Anthony Malkin, presidente do Empire State Realty Trust.

One World Trade Center

Não muito distante do Empire State Building (cerca de 4,5 quilômetros), está outro arranha-céu perfeito para olhar Nova York de cima. O One World Trade Center não é só o edifício mais alto da cidade, mas também um dos maiores do mundo, com 541 metros. Localizado no sul da ilha de Manhattan, foi construído no local que antes era ocupado por uma das torres gêmeas do World Trade Center. No terraço, está o One World Observatory. Para chegar ao topo, cinco elevadores fazem o percurso do térreo até o 102º andar em apenas 60 segundos. Nesse curto espaço, as paredes dos elevadores projetam Manhattan evoluindo 10 anos por segundo até a construção do prédio. Lá em cima, a vista em 360 graus permite contemplar os monumentos e locais mais clássicos da cidade, da Estátua da Liberdade, ao Sul, passando pelo Central Park, ao Norte, e a ponte do Brooklyn, a Leste. Com paredes e piso transparentes, há também opções de bares e restaurantes para tomar um drink ou jantar com uma perspectiva fantástica da cidade. Fique atento: as visitas ao local devem ser agendadas.
Na parte inferior do prédio, estão o memorial e o museu 11 de Setembro, dedicados às vítimas do atentado terrorista de 2001. É impossível não parar e se emocionar ao lembrar do episódio.
É lá que também está a mais moderna estação de metrô da cidade. Inaugurada em 2016, a Oculus teve um custo estimado de US$ 4 bilhões e é assinada pelo artista espanhol Santiago Calatrava. Curvilínea, com toda a estrutura pintada de branco, se destaca entre os prédios ao redor. Em média, 200 mil pessoas passam todos os dias pela estação. Em seu interior, funciona o maior shopping da ilha de Manhattan, o Westfield World Trade Center, com mais de 100 lojas, sendo grande parte de marcas famosas, como Dior, Hugo Boss e Mont Blanc.

The Vessel

Prepare o fôlego. Para chegar ao topo do The Vessel, a mais nova obra de arte interativa do Hudson Yards, é preciso caminhar bastante. São 154 lances de escadas, 80 plataformas e 2,5 mil degraus. A estrutura foi inaugurada em março deste ano. O formato de colmeia, combinado com o brilho e as luzes internas azuladas, lembram cenas de filmes de ficção científica. A cada andar, a paisagem fica mais interessante. Quando você menos esperar, estará no alto, olhando para o Rio Hudson. O mais legal é que não custa nada para fazer a visita, mas é preciso agendar com antecedência no site hudsonyardsnewyork.com.
O Hudson Yards é um complexo de prédios modernos, localizado no oeste de Manhattan. Foi construído em uma área onde eram estacionados os trens do metrô e recebeu investimentos de US$ 6 bilhões. A área conta com shopping, centro gastronômico, torres residenciais, comerciais e hotéis de luxo. Uma dica é jantar no delicioso Estiatorio Milos, considerado um dos melhores restaurantes de frutos do mar mediterrâneos do mundo.

Museu da Estátua da Liberdade

Há um novo motivo para visitar o famoso símbolo dos Estados Unidos. Aberto em junho, o Statue of Liberty Museum apresenta curiosidades sobre a Estátua da Liberdade, desde a inauguração, em 1886, até os dias de hoje. São dezenas de telas interativas, exposições e uma vista espetacular para o porto de Nova York e os prédios de Manhattan. A entrada é gratuita, só que é preciso pegar um ferry para chegar até lá. O custo é de US$ 18. A atração também está incluída no CityPASS.
*O jornalista viajou a convite da NYC & Company e da Copa Airlines
Mais quatro destinos imperdíveis
Um dia em Staten Island

É pela água que vamos a Staten Island, um dos maiores distritos de Nova York. A balsa é gratuita. Para chegar ao terminal, você pode pegar, por exemplo, a linha 1 do metrô (South Ferry). Uma das atrações é o Snug Harbor Cultural Center. Reúne galerias, museus, jardim botânico, jardim chinês e até uma fazenda. Staten Island também é roteiro de compras. Inaugurado em maio de 2019, o Empire Outlets, também conhecido como Harbour Commons, reúne centenas de lojas para quem quer fugir do grande movimento do centro de NY. Para relaxar, antes ou depois do passeio, o River Dock Café permite ver os arranha-céus de Manhattan do outro lado do rio.
Novidades no Brooklyn

No Brooklyn, um dos bairros mais emblemáticos da cidade, a novidade é a Industry City, complexo de seis edifícios em formato industrial, totalmente reformados, que recebem artesãos, artistas, padarias, cervejarias e até uma fábrica de chocolates. São 16 pavilhões conectados. O site industrycity.com tem um calendário com todos os eventos previstos até o final do ano. O legal é que ocorrem de segunda a segunda.
Seaport District
Localizado na região do East River, em Lower Manhattan, o Seaport District era, no passado, o centro comercial de Nova York. O passeio é charmoso, em especial pelos prédios tombados e pelas ruas de paralelepípedos. Há também lojas de decoração e moda, entretenimento, bares com mesinhas nas calçadas. Para encerrar o dia, a dica é relaxar, tomar um drink e jantar no The Fulton ou no Malibu Farm. Os dois restaurantes têm uma vista incrível para a ponte do Brooklyn.
"Sleep no More"

Passar por NY sem ir a uma peça de teatro é como ir ao Rio de Janeiro e não conhecer o mar. E já vou avisando: não precisa ir a Brodway para fazer isso. Em cartaz no bairro Chelsea, Sleep No More, do grupo inglês Punchdrunk, é encenada em um antigo hotel. A experiência é muito impactante, pois o espectador caminha por vários andares, sobe e desce escadas, percorre os enormes cenários e as diversas salas em busca das atuações. As cenas vão mudando a todo instante e você vai acompanhando. A trilha sonora ajuda muito, e os atores ficam lado a lado com os espectadores. Todos os que a assistem usam macabras máscaras brancas, o que diferencia o público dos personagens. A história é baseada em Macbeth, de Shakespeare. Antes e depois da apresentação, você é levado a um bar de jazz ambientado nos anos 1930.
Onde ficar
- Do clássico ao mais despojado, são imensas as possibilidade de hospedagem. Nos dois primeiros dias da viagem, fiquei no totalmente reformado The Conrad New York Midtown Hotel, no centro de Manhattan, a poucas quadras da Times Square e do Central Park.
- Passei as últimas noites no Moxy NYC East Village, de design contemporâneo, em Lower Manhattan. A área é conhecida pelo centro financeiro: lá está Wall Street. Um bar e um restaurante são atrações no térreo do hotel.