Foto: Matt Dunham/ AP
Não vivi em Londres o suficiente para me tornar um anglófilo, mas confesso ter saudades da época. Da educação das pessoas, de ser chamado pelo nome depois da segunda visita ao mercadinho da rua e até pelo chofer/cobrador do ônibus das 8h40min com o qual eu ia trabalhar. Lembram da Baker Street, a do Sherlock Holmes? Pois era bem ali.
Claro que tenho boas lembranças de uma cidade em que se caminhava à noite (o último metrô era à meia-noite) sem olhar para atrás. Tenho saudades até do fish and chips, se é que alguém pode ter saudade de peixe feito em gordura de carneiro. Bem me dizem que até a comida melhorou.
Se você estiver em dúvida em algum restaurante, não hesite, peça o english breakfast no café da manhã, no almoço e no jantar. Depois na volta, é claro, peça desculpas ao seu cardiologista. Outra coisa: vá aos mercados. Todos. Mas não tente entender como é que aqueles produtos de primeiríssima categoria viram aquela comida insossa, depois de passar por mãos inglesas.
Em todo o caso, tente os gastro pubs; não se assuste se em frente estiverem alguns Jaguars, Bentleys e até algum Rover. São a versão inglesa dos bistrôs. Comida melhor, preço amável (pelo menos que eu podia pagar). São alegres e uma comida como a da vovó.
Além disso? Leve o sapato mais cômodo que tiver. Lembre-se: um flâneur tem é que flanar - se puder, esqueça taxis e ônibus. Caminhar é o melhor e não custa nada. Se sobrar tempo, vá ao centro (West End), passeie pelo Piccadilly Center, vá ao Speaker's Corner, olhe o Parlamento, faça uma foto que apareça o Big Ben, visite algum museu e faça o que todo o turista faz: vá ver a troca da guarda (uma vez só).
Se cansar, lembre da frase: "quando um homem está cansado de Londres, é que está cansado da vida". Bem, se isso acontecer, arrume uma namorada inglesa e tenha certeza de que tudo vai mudar.
Flavio del Mese é empresário, morou dois anos e meio em Londres
Felipe Rech em Londres
Foto: Arquivo Pessoal
As descobertas pelo metrô
Percorrer a Londres underground é uma diversão. Experimente perder-se pelos labirintos do tube e sair em lugares inusitados, como a das docas londrinas, no East End. É uma região linda à beira do Tâmisa, com ancoradouros, diques e grandiosos armazéns. Um agradável passeio pelas margens do rio e uma parada nos famosos pubs à sua margem. O Prospect of Whitby, em Wapping, era ponto de encontro de contrabandistas, artistas e pintores - um lugar cheio de histórias.
O requinte do West End
Uma das áreas mais elegantes de Londres, o West End é um ótimo passeio para um fim de tarde, entrando noite à dentro. Comece visitando Covent Garden, um dos bairros mais legais para se passear em Londres. Lá está o Covent Garden Market, um antigo mercado central onde hoje funciona um centro comercial com lojinhas e restaurantes. Seja surpreendido por lindas apresentações de música clássica ao ar livre. Ao anoitecer, não deixe de apreciar um dos tradicionais musicais dos históricos teatros do West End.
Um brinde no clássico Oneill's
Imprescindível é a visita no O'Neill's Music Room, entre Soho, Leicester Square, na porta de entrada do China Town. No primeiro andar, mesas agradáveis e uma boa música, com vitrine para o China Town. Saborosos hambúrgueres irlandeses e uma Guiness legítima para se deliciar. No segundo piso, um espaço para dançar as tradicionais e festivas músicas dos pubs britânicos. Um andar só para música ao vivo e um terraço para ficar ao ar livre e interagir com todo o mundo que vive nesta tão cosmopolita Londres.
Felipe Rech, criador do aplicativo Viajolândia, morou dois anos em Londres
Big Ben pela primeira vez
Fica um pouco distante da área central de Londres, mas merece muito uma visita o Greenwich Park. Muitos vão apenas para a clássica visita ao Observatório de Greenwich, onde está marcado o meridiano zero, convenção que divide o globo terrestre em Oriente e Ocidente. É por ali também que fica o Cutty Sark, barco inglês que passou por um trabalho de restauração de seis anos e foi reaberto à visitação com a presença da rainha, em abril deste ano. Do topo da colina do observatório, tem-se uma vista muito legal da cidade. Além disso, a região de Greenwich é uma graça.
E por falar em vista, uma dica diferente sobre o básico. Uma das formas mais legais de ver o Big Ben pela primeiríssima vez é saindo pela estação de metrô de Westminster, passar a roleta, subir as escadarias e "uôu", lá está ele.
E daí que gastronomia não seja o forte de Londres, lembrada por muitos como a cidade do fish and chips? Foi por lá que fui apresentada à jacket potato, uma batata assada que pode levar diferentes recheios. Quem gosta pode aproveitar para se fartar, porque é fácil de encontrar em quase todos os locais de comida rápida. Para quem nunca experimentou, vai ter de fazer pelo menos uma vez durante a viagem. É praticamente comida típica da cidade.
Maria Rita Horn, editora do ZH Lindoia e do Mais Canoas, viveu em Londres por 11 meses
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