Costumo dizer que a melhor forma de conhecer um lugar é caminhando por ele. Batendo perna e, de preferência, batendo um bom papo também. Pois esta é a história do dia em que percorri, conversando - e, por isso, sem perceber -, quase 21 quilômetros pelo Rio de Janeiro.
Nove de março de 2009, uma segunda-feira. Eu e duas amigas passávamos férias na Cidade Maravilhosa - duas de nós pela primeira vez. Dividíamos um apartamento entre o Leme e Copacabana. O plano para aquele dia era ir a pé até o Forte de Copacabana, uma boa maneira de conhecer a orla do bairro, e curtir o pôr do sol na Confeitaria Colombo do forte.
Como a ideia era ir aos pouquinhos, parando para uma foto aqui, uma água de coco ali, chinelos e vestidos, bem ao estilo carioca. Só que, depois de percorrermos toda a extensão da Avenida Atlântica, debaixo de um sol de mais de 30 graus, descobrimos que o forte não abria às segundas. Plano B: ir até o Arpoador, no comecinho de Ipanema, descansar um pouco e almoçar em algum restaurante do bairro.
Depois de uma breve parada para apreciar a vista, tirar fotos e recuperar o fôlego, seguimos caminhada, em busca de algum lugar para comer. Lá se foram mais alguns quilômetros na orla de Ipanema. Muitas quadras e vários restaurantes depois, sentamos para almoçar no tradicional Botequim Informal. A conta chegou às 16h. Tarde para ir à praia, cedo para voltar para casa. Sabíamos que a Lagoa Rodrigo de Freitas não ficava muito longe dali. Então, lá fomos nós.
Quanto mais nos aproximávamos, mais queríamos conhecer cada cantinho daquele lugar. E foi isso que decidimos fazer. De bicicleta. Em menos de 60 minutos - pois o aluguel é cobrado por hora e custa caro - contornamos a lagoa. De chinelos, vestidos e bolsas. Traje nada recomendado para uma pedalada.
Quando o cansaço realmente bateu, depois de percorrermos os 7,5 quilômetros da Lagoa Rodrigo de Freitas, os 3,5 quilômetros da orla de Ipanema e os 4 quilômetros da orla de Copacabana - sem contar os desvios para chegar ao Arpoador e achar um restaurante -, descobrimos que o ponto de ônibus mais próximo era bem distante dali.
Fizeram as contas? Nas minhas, quase 21 quilômetros. Também fomos ao Rio conhecer a agitação noturna, os bares e as danceterias. Mas, nessa noite, depois dessa meia maratona, ficar no apartamento que alugamos nos pareceu o melhor programa. Ainda não sabíamos, mas no dia seguinte o centro histórico, a Lapa e o bairro de Santa Tereza, com seus atrativos (alguns fechados) e bondinhos (só descobertos depois de muita lomba subida), nos aguardavam. Mas essa é uma outra história.
Homenagem às amigas Karine Alves e Eloísa Carvalho