O par de patins bordô com rodas laranjas fluorescentes nos pés de Sophia Pereira Guimarães, 21 anos, evidencia que sua parte preferida da praia não é a água salgada ou a faixa de areia. Moradora de Porto Alegre, a jovem patinadora encontra em Tramandaí, no Litoral Norte, uma combinação que adora e sente muita falta: uma pista de skate perto do mar.
Era esse o cenário que Sophia tinha quando começou a patinar, logo após se mudar para o Rio de Janeiro, no início da pandemia de covid-19. Ela possuía um equipamento de patinação artística, que ganhou quando era criança e que ficou muito tempo guardado. Decidiu tirá-lo do armário para aproveitar a pista de skate que havia em frente à sua casa.
— A patinação artística é um esporte que sempre gostei, mas quando comecei a praticar (na infância), meio que me bloqueou, porque tinha muitas regras. E aí minha mãe comprou um patins gigante, então continuou servindo e, quando me mudei, levei junto. Daí comecei a praticar, e aqui é freestyle, tu treina do jeito que quer e faz o que quer — contou a gaúcha, após realizar diversas manobras, com direito a estrelinha, na pista da orla de Tramandaí.
Só depois que começou a fazer manobras com os patins na pista de skate foi que Sophia descobriu que se tratava de um esporte, chamado quad aggressive, que até então não reunia muitos praticantes no Brasil. Então, a jovem passou a assistir vídeos de atletas estrangeiros para aprender.
De volta ao RS
Em 2021, voltou a morar em Porto Alegre e passou a patinar na pista da orla do Guaíba. No verão seguinte, Sophia e a mãe voltaram a passar férias em Tramandaí e ela conheceu a pista da Avenida Beira Mar. Na época, ainda não sabia fazer tantas manobras e em uma das vezes que foi usar o local, afundou os patins na areia, trancando os rolamentos:
— Esse é meu terceiro patins já, mas é um esporte muito elitizado, então tudo é muito caro e não tem aqui no Brasil. Então, fiquei com aquele patins da artística por muito tempo, ele quebrava e a gente remendava. Mas comecei a mandar muitas manobras aqui e este ano foi muito bom, porque voltei para cá já com meu patins, que é para essa modalidade.
Antes de ir para a areia, eu venho aqui. Não tem coisa melhor [...] Que delícia que é poder patinar, cansar o corpo e tomar um banho de mar.
SOPHIA GUIMARÃES
Patinadora
Sophia e a mãe veraneiam na capital das praias há muitos anos, mas, para a jovem, o local agora está muito associado à prática do esporte. Ela relatou que a primeira coisa que fez ao chegar em Tramandaí neste verão foi ir para a pista.
— Antes de ir para a areia, eu venho aqui. Não tem coisa melhor e é um negócio que eu sinto falta porque no Rio eu podia fazer isso, dar uma patinada, tirar os patins e ir tomar um banho de mar. E aqui eu posso, mas em Porto Alegre, não. Ontem e hoje eu fiz isso e que delícia que é poder patinar, cansar o corpo e tomar um banho de mar — destacou.
A jovem possui um projeto com as amigas para disseminar o esporte na Capital. Todas as quartas-feiras, o grupo dá aulas gratuitas na pista da orla, com empréstimo de patins, para pessoas de todas as idades. Sophia também tem um perfil no Instagram (@patinaebrisapoa), onde posta os conteúdos relacionados ao projeto e ao esporte.