Acompanhados de música alta e um calor de 33°C, mais de 750 atletas se reuniram neste sábado (3) para participar de mais uma edição do campeonato de crossfit Super Beach Games, na orla de Capão da Canoa, no Litoral Norte. Enquanto veranistas lotavam a faixa de areia com guarda-sóis e cadeiras de praia, trios femininos, masculinos e mistos se esforçavam para concluir diferentes provas de até oito minutos. O contou com adolescentes até pessoas acima de 50 anos.
— Já foram realizadas seis edições do evento, mas agora estamos com um novo nome. Ano passado não tivemos, mas este ano conseguimos, com a licença da prefeitura de Capão da Canoa. Tem 756 participantes, é um evento de um dia só — explica Pedro Salerno, um dos quatro sócios organizadores do campeonato.
Além dos participantes, o evento atraiu a atenção de muitas pessoas que passavam pela praia — a maioria se instalava nas proximidades da estrutura de ferro para observar a prática das atividades. As torcidas gritavam palavras de incentivo aos atletas no final de cada bateria de exercícios.
De acordo com Salerno, o Super Beach Games tem uma pegada mais “fun”, ou seja, não se trata de um campeonato de performance ou de elite. Muitos dos participantes, inclusive, estão competindo pela primeira vez.
— É para aproveitar a experiência, que é vir para o Litoral, pegar um dia de sol, fazer uma prova, entrar no mar. A galera, às vezes, vai para um campeonato e fica enfurnada no local, em um cantinho. Aqui, a galera fica na beira da praia e aproveita — afirma.
Salerno esclarece que o campeonato abrange três provas, que são bem dinâmicas e testam diferentes capacidades. As atividades propostas envolvem levantamento de peso, condicionamento cardiorrespiratório e movimentos ginásticos. Já a avaliação pode ser tanto sobre qual trio faz mais repetições quanto qual executa mais rápido — cada box de prova é acompanhado por um juiz.
Desafios
O campeonato é aberto, então, podem participar atletas de todos os lugares. Além de pessoas de diferentes cidades gaúchas, havia competidores de outros Estados, como Lenon Bertier Hilário, 32 anos, que é de Criciúma, em Santa Catarina.
O eletrotécnico conta que começou a praticar crossfit há um ano e que teve uma evolução grande e rápida. O Super Beach Games é o segundo campeonato do qual o catarinense participa — mas o primeiro era bem menor, com cerca de 50 competidores. Desta vez, Hilário está competindo em um trio misto, formado por mais um homem e uma mulher.
— É um esporte bem interessante. A minha equipe é de Criciúma e viemos participar bem empolgados, por saber que o campeonato tem uma estrutura legal e é bem falado no mundo do crossfit. Estamos bem felizes com os resultados que estamos alcançando e com o evento — destaca Hilário, acrescentando que achou bem legal a proposta do campeonato na praia, apesar do sol forte estar castigando um pouquinho.
Entre os trios femininos, estava um formado pelas médicas Tamara Longoni, 38 anos, e Paula Rosa, 33, e pela empresária Angélica de Luca, 32. Todas são de Farroupilha, na serra gaúcha, e já estão no terceiro campeonato.
— Já treinamos há cerca de seis anos e amamos essa energia da competição e do autodesafio, isso é o mais importante dentro da arena. Entramos (no esporte) quase juntas, e a questão da competição em equipe também é importante porque uma nunca deixa a outra desmotivar e desistir. Isso é diferente das competições individuais — enfatiza Paula.
Para o trio, uma das coisas mais importantes da atividade é se superar. Elas destacam que o esporte demonstra que não existe “não consigo”, “não posso”, “não é para o meu corpo”, “não é para mim, porque sou mulher” ou “não tenho idade”. Na última prova da competição, as três comemoraram muito, porque foram as primeiras a concluir as sequências exigidas, antes mesmo do tempo acabar.
Já Tatiane Maria Silva Ávila, 45 anos, começou a treinar no início da pandemia de covid-19. Moradora de Porto Alegre, a cirurgião dentista relata que precisa manter uma rotina de atividade física porque tem duas hérnias de disco na lombar e garante que se apaixonou pelo crossfit.
— Como já tinha feito reforço muscular, não tem problema, nunca mais tive nenhuma crise. Estou no crossfit há três anos e meio e, desde o ano passado, aventurei-me a participar de campeonatos. Para mim, representa mais a saúde, mas o crossfit é diferente de só ir para academia, porque tem muito mais interação com os professores e colegas. Tu acabas criando amizade com as pessoas, tem toda uma questão da comunidade do crossfit — aponta Tatiane.