Guarda-sol, cadeira, protetor solar e roupa de banho são itens fundamentais para curtir um dia de praia. Mas o investimento que esses produtos demandam divide opiniões entre os veranistas do Litoral Norte. Há quem prefira comprar e aqueles que alugam. Enquanto alguns insistem no desconto outro adquirem somente o que é muito necessário.
Em Tramandaí, grande parte dos quiosques oferece o serviço de aluguel de guarda-sol e cadeira de praia. No entanto, muitos estabelecimentos adotam o mesmo sistema: se o cliente for consumir algum alimento ou bebida e ficar instalado próximo ao local, o uso dos itens é gratuito. Caso contrário, há cobrança.
De acordo com Gabriela Rosa, esposa de Éverton Lopes, proprietário do quiosque Amar, a procura por aluguel está menor neste ano, em função do aumento de dias chuvosos. No estabelecimento, o valor também varia de acordo com o clima.
— Para quem já é cliente da casa ou vai consumir, não cobramos aluguel. (Em outros casos) a cadeira é de R$ 5 a R$ 10. Em dias de mais movimento, que a gente não consegue controlar, é R$ 10 — explica Gabriela, relatando que, quando há muito vento, o que quebra muito guarda-sol, é cobrado R$ 40 o aluguel. Em dias normais, é R$ 30.
Moradores de Canoas, Gustavo Ignácio e Camile Firmino, ambos de 21 anos, alugaram um guarda-sol e duas cadeiras no quiosque Amar. O investimento de R$ 60 foi considerado ainda mais necessário porque estavam acompanhados da filha de três anos, que brincava na areia, protegida contra o sol forte das 11h30min.
— Nós não temos. E como viemos hoje e vamos embora hoje, o custo das cadeiras seria mais alto para comprar e o guarda-sol também. Então, com R$ 60 a gente aluga, passa o dia e, para hoje, compensa — comenta Ignácio.
Já no quiosque Bola Mar, que funciona há 11 anos na praia de Tramandaí, o aluguel do guarda-sol custa R$ 20 e, de cada cadeira, R$ 10. Proprietário do estabelecimento, Jorge Luiz afirma que o valor vale para o dia inteiro: as pessoas que chegam pela manhã podem ficar com os itens até as 19h, horário em que encerra o atendimento do local. Os atendentes também ajudam os clientes a instalar o guarda-sol na areia.
No quiosque Litorâneo, os valores são os mesmos: R$ 20 o guarda-sol e R$ 10 a cadeira. Os clientes instalados próximos ao estabelecimento ganham ainda uma mesinha de madeira para apoiar comidas e bebidas. A proprietária Marivalda Raupp ressalta que só cobra o aluguel de quem se afasta muito do quiosque, porque já roubaram algumas cadeiras.
— Eu gastei R$ 4 mil de cadeiras e já me levaram seis. E aí a gente se obriga a cobrar, daí não é todo mundo que leva. Mas quando querem lá na frente (mais perto da água), que daí é sem consumo, a gente aluga. Agora, aqui na frente não — diz Marivalda, concordando que o movimento está mais fraco, devido ao tempo.
Em busca de economia
A família de Cristiano Machado, 43 anos, chegou à beira da praia pouco antes do meio-dia neste domingo (21), equipada com quatro cadeiras de praia e um carrinho que, além de facilitar o transporte dos itens, serve como mesa. Moradores de São Leopoldo, ele e a esposa, Débora Campos, 37, vieram para Tramandaí com os dois filhos na sexta-feira (19).
— Trazemos para evitar o gasto. É mais em conta. Mas vamos ter que pegar o guarda-sol, porque não temos. Queremos um grande, deve ser uns R$ 30, R$ 40, então por enquanto vale a pena alugar. As cadeiras não, porque podemos usar em casa — justifica Machado, que gastaria mais R$ 40 por dia para alugar cadeira para todos.
A esposa avalia, contudo, que o gasto com aluguel pesa no bolso se for necessário por mais de um dia:
— Ano que vem vale mais a pena comprar um guarda-sol também. Se contar os dias que a gente fica, pagando R$ 40 por dia, compramos um.
Já Rayane Schumacker, 25 anos, sempre faz questão de trazer seus itens de casa para a praia. Neste domingo, entretanto, precisou alugar um guarda-sol, porque o seu estragou.
— A gente prefere trazer porque alugar sai muito caro. Pode pegar esse dinheiro e comprar um guarda-sol se for ficar mais dias. Só alugamos porque estragou, não opto por alugar — defende a moradora de Porto Alegre, que está em Tramandaí há 10 dias com o marido, a filha e as irmãs.
Roupas de banho e protetor solar
Em relação às roupas de banho e acessórios vendidos na faixa de areia, os preços se mantiveram os mesmos da temporada passada ou, em alguns casos, até mais baixos. As cangas, por exemplo, estão custando cerca de R$ 50, mas em 2023, era possível vendê-las por R$ 60, afirma a vendedora Adriana Gomes.
De acordo com a moradora do interior de São Paulo, que vem para o Rio Grande do Sul no verão para trabalhar, as vendas estão bem fracas neste verão e os clientes têm pedido muito desconto nos produtos.
— As peças são praticamente dos mesmos valores do ano passado, mas a gente está procurando vender mais em conta para ver se sai mais. Conseguimos vender, mas está muito devagar, bem fraco. Não tem nem comparação com o ano passado — lamenta.
Os biquínis vendidos por Adriana variam de R$ 70 a R$ 100. Conjuntos que antes custavam R$ 130, hoje estão saindo por até R$ 90. Ela acrescenta que os clientes têm optado por comprar apenas o necessário, como uma viseira ou um brinquedo para entreter as crianças.
No carrinho do vendedor José Viana, que é de Minas Gerais, as cangas custam R$ 50 e, os biquínis, variam de R$ 100 a R$ 120 — mesmos preços da temporada anterior. Segundo ele, esses são itens mais procurados neste verão.
Entre os clientes, há quem considere o valor adequado e quem pechinche por um desconto. Iva Pires, moradora de Agudo, olhou algumas peças de outros vendedores que estavam na faixa de areia, mas optou por não comprar nenhuma. Mesmo assim, afirma que os preços estão “normais”.
— Achei tranquilo. Comprei um short para minha filha antes, que paguei R$ 45. Tem umas coisas mais caras e outras ok — relata.
Já a pedagoga Ana Maria, que é São Paulo e veio para Tramandaí com as irmãs de Porto Alegre, comprou um short na beira da praia. Ela opina que os preços ficam em conta se a pessoa souber pechinchar. Se comprar de primeira, não.
— Tem que dar uma pechinchada, aí eles baixam o preço. Já comprei um short e um outro vestidinho, tudo pechinchando. Aí elas vão baixando. Esse short, a vendedora tinha dito R$ 100, depois R$ 60, R$ 55 e ficou por R$ 50, metade do preço. Se for o valor normal, está carinho — diz Ana Maria.
Os preços dos protetores solares variam muito de acordo com a marca e com o fator de proteção, esclarecem os funcionários das farmácias Panvel e São João. Quanto mais baixo o FPS do produto, menor o valor. Mas há promoções específicas e kits com produtos para o corpo e rosto que saem mais em conta.
Na Panvel, o protetor corporal mais barato fica na casa dos R$ 27, enquanto o mais caro custa R$ 128 — os produtos faciais podem custar ainda mais. Na São João, há diferentes opções de kits na faixa de R$ 50,99 até R$ 99,99, mas o protetor corporal de maior valor também custa cerca de R$ 130.