Praia, férias, verão...Ao pensar em todos esses elementos juntos é difícil não acrescentar sorvete à lista. Mas, e se fosse possível ter isso o ano inteiro? Foi com essa ideia em mente que os irmãos Valmor, 71, e Mário Luiz Agliardi, 65, decidiram criar em 1984 a sorveteria Gelf’s em Capão da Canoa, no Litoral Norte.
O negócio familiar, que atualmente tem mais de uma filial espalhada pelo Litoral Norte, inicialmente dividia espaço com um buffet de cachorro-quente na matriz localizada na esquina das ruas Sepé com a Maranguab. Até então, os irmãos acreditam que só a venda de sorvetes não seria capaz de sustentar a família o ano inteiro. Isso mudou, no entanto, a partir do comentário de um cliente antigo do espaço.
— O cliente perguntou se podia dar um conselho, eu falei que sim, e, então, ele me disse: Valmor, sempre que eu chego aqui quero sentir o cheirinho do sorvete. Mas, agora, eu só sinto cheiro de molho. No dia seguinte, tiramos tudo do cachorro-quente — lembra Valmor.
Porém, os irmãos perceberam que as cubas onde estavam os molhos e os ingredientes do cachorro-quente poderiam ser aproveitadas no negócio. A partir daí, surgiu a ideia do buffet de sorvete. Na década de 90, o conceito pioneiro de que o cliente escolhia a quantidade e o que queria no seu potinho foi criado e caiu nas graças do público. A marca Gelf’s passou ser uma franquia, com lojas até em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, mas a evolução acabou não indo para o caminho esperado pela família e as parcerias foram desfeitas.
Atualmente, as vendas se concentram no Litoral Norte – somente em Capão da Canoa há três lojas e a fábrica de sorvetes. Na rua Sepé está a primeira loja, onde está o buffet, e ao lado, a Gelf’s Expresso, que oferece a tradicional casquinha, milk shakes, açaí e mix de sabores com diferentes coberturas.
— A família inteira está envolvida e temos a nossa produção própria com a fábrica, que tem uma chefe de produção. Então, nós temos um controle maior de reposição e quando pensamos em uma novidade, já conseguimos lançar no dia seguinte — ressaltou Agliardi.
Sabor de geração em geração
Na tarde desta quarta-feira (3), enquanto GZH conversava com o proprietário e com os funcionários, era possível observar o ritmo intenso de pessoas que entravam na fila para se servir no buffet. A procura pelo sorvete não tem idade.
O aposentado Francisco Pereira Sperb, 67, vem a Capão da Canoa há mais de dez anos e sempre busca a Gelf’s quando bate a vontade de comer um sorvete. Passeando com a família no centro de Capão da Canoa, ele aproveitou e deu uma paradinha para degustar seus sabores preferidos.
— Nós chegamos ontem (terça-feira, 2) e já viemos para cá depois da janta. Agora, o pessoal tá por aí, meio perdido, e eu resolvi vir de novo. Aqui tem muita qualidade, ia pegar pouquinho, mas não aguentei e peguei vários sabores. Mas é light, né?! —brinca o aposentado.
Em outra mesa, a médica Cláudia Monfroni Rocha, 40, comia sorvete na companhia dos filhos. A ida Gelf’s antes de fazer parte da rotina das crianças enquanto aproveitam as férias, fez parte da infância e adolescência da mãe.
— Falou em Capão e sorvete, é Gelf’s. E tem também as lembranças desde adolescência, Planeta Atlântida aqui, é uma vida, né? Não é só agora, isso remete a quase toda a vida na praia. Eu vinha muito com as minhas amigas — relembra Cláudia, natural de Lajeado.
Por que Gelf’s?
O nome que hoje é conhecido entre crianças e idosos que frequentam as praias do Litoral Norte surgiu da união de duas palavras. Segundo o proprietário Valmor Agliardi, o objetivo era juntar Gelado e Frutas.
—Eu pensei inicialmente em GelFrutas. Conversando com os clientes, descobrimos que essa marca de sorvete já existia em Torres. Só que me foi muito simpático aquele nome, aquela marca, aí tive a ideia de abreviar e saiu o Gelf’s.
Para a época de férias deste ano, a sorveteria tem entre as principais novidades as coberturas de ganache com pistache, que está entre as mais procuradas, e a de Kit Kat. Já no buffet de sorvetes, o que tem mais saída é o sabor de ninho trufado.