Sair para a praia apenas com chinelo e óculos de sol deixou de ser uma opção em 2021. Com a obrigatoriedade de uso de máscara nas áreas públicas, e a recomendação de higienizar mãos e objetos com frequência, uma pequena bolsa com zíper virou tendência. O nome utilizado pelos vendedores vem do inglês, shoulder bag – bolsa de ombro –, e se explica pelo formato: com uma alça transversal, vestida por sobre o ombro, ela fica pendurada muito próxima ao corpo, como o objeto comumente utilizado pelas mulheres para guardar de tudo um pouco.
- Comprei pela praticidade. Quando tiro a máscara, coloco no cantinho – explica o cabeleireiro Alisson Prestes, 36 anos, à beira-mar de Capão da Canoa.
Com estilo demonstrado não apenas no acessório a tiracolo, Alisson vestia camiseta amarela, bermuda com uma dezena de tons e tênis cinza estampados. A shoulder bag dele foi comprada na cidade de Natal, no nordeste brasileiro, viagem realizada em novembro para a região de mares paradisíacos. Quando os amigos viram o item, em fotos expostas nas redes sociais, se deu conta de que faria sucesso com a aquisição:
- Eles começaram a me encomendar - afirma.
A bolsa se assemelha a uma pochete, em menores dimensões. Pendurada, chega até próximo da cintura, presa por fechos de engate.
A peça de Alisson tem dois compartimentos, um maior, onde pode ser colocado o filtro solar, uma carteira ou um telefone celular. No bolso mais à frente, também protegido por zíper, a máscara de proteção facial se mantém separada dos demais itens.
Ainda mais compacta, uma shoulder bag do tamanho de uma niqueleira foi vista presa junto ao peito de um homem que corria ao lado da ciclovia, deixando as mãos do veranista livres.
Em lojas, bolsas mais estilosas
Na loja Culture Store, no Centro de Capão, o acessório ganhou outros formatos e cores que imitam bolsas famosas, vendidas a milhares de dólares em butiques de grife. De estampa xadrez e alça mais confortável, a bolsa tem quase o tamanho de uma mochila – mas mantém o cliente na moda, garante o vendedor Leonardo Tomé, 22 anos.
- Tem gente que entra aqui procurando por pochete, e quando sabe que a shoulder bag é a tendência, acabam trocando – afirma.
Os preços variam de R$ 60 a R$ 150 nos pontos de venda de rua, em galerias e shoppings. O item é visto nas vitrines e, à noite, passou a integrar o visual de quem frequenta os quiosques e bares.
Apesar de ter utilidade semelhante, a shoulder bag passa longe de uma mala de garupa, comparam os gaúchos mais tradicionais.
- Os jovens não dão bola pra isso – defende Tomé.
Ambulantes usam para proteger maquininha de cartão
Nas areias, o acessório é visto em maior número por ambulantes – os veranistas penduram na estrutura dos guarda-sois ou dentro de uma sacola maior.
O vendedor Alfredo José da Conceição, 36 anos, utiliza um compartimento para guardar os valores recebidos no dia. No espaço maior, guarda a maquininha de cartão de crédito.
- É bem útil. Quando vir um caminhão com mais coisas, vou pedir alguns para eu vender também - define.
Assim como o cabeleireiro Alisson, que trouxe a shoulder bag do Rio Grande do Norte, o ambulante Victor Vieira, 22 anos, trouxe vinte bolsas do estado vizinho, a Paraíba. Ele se arrepende de ter juntado pouco estoque.
- Pessoal tá sempre procurando, se eu tivesse trazido bastante, umas cem, teria feito o verão esse ano – vislumbra, com intenção de realizar um novo pedido aos fornecedores.
Com os autônomos, o acessório custa R$ 50, em média.
Os lojistas e ambulantes ouvidos por GZH entre terça (12) e quarta-feira (13), disseram que algumas mulheres chegam a perguntar sobre o objeto, mas o produto é quase que integralmente adquirido pelo público masculino.
Também comerciante nas areias, Josenildo Pedrosa Souza Júnior, 28 anos, não pensa em comercializar o item. Prefere usá-lo para não ficar de fora da tendência de 2021:
- Tô na moda.