A temporada de verão, que sempre é de grande movimento nos dois principais parques aquáticos no Litoral Norte, trouxe um cenário bem diferente em 2021. A pandemia do coronavírus obrigou o Marina Park e o Acqua Lokos Parque Hotel a buscarem alternativas para conseguirem operar e oferecer segurança aos clientes seguindo os protocolos do Ministério do Turismo.
Mesmo assim, o impacto financeiro foi grande para os dois locais. No caso do Marina Park, a diretora administrativa Eleandra Teixeira Cardoso projeta uma queda de 70% nas vendas em relação ao verão anterior. O parque, que tem capacidade para 4 mil pessoas em um período normal, tem recebido uma média de 400 por dia aos finais de semana. Comparando com anos anteriores, esses seriam dias em que o local costumava receber de 1,5 mil a 2 mil pessoas.
— A gente até esperava uma queda de movimento, mas foi maior do que o esperado. Estamos mantendo aberto, porque não queremos fechar as portas na temporada, mas está bem complicado — avalia Eleandra.
O Acqua Lokos também sentiu a diferença. O diretor Fabiano da Silva Brogni estima que as vendas caíram praticamente à metade. Com capacidade total para cerca de 7 mil pessoas, o máximo permitido atualmente é de até 1.970 visitantes. Esta marca, no entanto, não foi atingida. O maior movimento foi de 1,6 mil pessoas no Réveillon. Aos sábados, a média tem ficado em 750 clientes.
— Não sabemos se a baixa do movimento é pela falta de dinheiro e situação econômica ou pelo receio e medo de pegar a covid-19 — observa Fabiano.
Os dois parques estão buscando promoções para tentar atrair o público, como vendas antecipadas com preço mais em conta. Há também a modalidade “compre um, ganhe outro”, no caso do Marina Park, e a aquisição de um pacote anual para o Acqua Lokos.
A reportagem de GZH visitou os dois locais no sábado (23). No Acqua Lokos, a estudante Kemilly Lopes, 17 anos, aproveitava o dia em família com a mãe, a balconista Maria Seloi Lopes, e com Sofia Nunes Espíndola, sete anos.
— Estamos usando a máscara, que o parque exigiu, e também álcool antes de entrar nos brinquedos. Está bem tranquilo — conta a estudante.
Medidas contra transmissão da covid-19
ACQUA LOKOS PARQUE HOTEL
Foram criados 12 protocolos, e a equipe passou por treinamentos. As filas para entrada foram equipadas com guarda-sóis afastados para ser mais confortável no sol e garantir o distanciamento social. Também foram pintados quadrados no chão para os clientes saberem onde se posicionar, e há tapetes sanitizantes para calçados nas catracas.
Na entrada, uma funcionária mede a temperatura e aplica álcool gel nas mãos dos visitantes. Ela avisa que a máscara é obrigatória dentro do parque, com exceção dos brinquedos de água. Também há embalagens plásticas espalhadas pelo local, para que as máscaras sejam guardadas e recolocadas após a descida dos tobogãs.
Boias e brinquedos como a montanha-russa são higienizados antes que o próximo visitante utilize. No caso das atrações terrestres, como essas de parque de diversões, a máscara é obrigatória e há bancos bloqueados para menos pessoas participarem de cada ciclo.
O parque tem um funcionário responsável por medir a quantidade de cloro na água. Segundo o diretor Fabiano Brogni, o local segue a orientação da Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra) de que o coronavírus não resiste a uma água com teor de cloro superior a 0,8.
Além disso, aparelhos medem a quantidade de gás carbônico nas áreas fechadas, como as piscinas cobertas e praça de alimentação. Isso permite avaliar a circulação de oxigênio e se é preciso deixar o ambiente mais arejado ou reduzir a ocupação.
MARINA PARK
Para evitar a contaminação, o Marina Park criou marcações para facilitar o distanciamento social. O parque também solicita o uso de máscara fora dos brinquedos. Segundo a diretora Eleandra, as pessoas são orientadas a manter o distanciamento de um metro se não forem da mesma família.
Para higienização de mãos, foi disponibilizado álcool em gel em vários pontos dentro do parque, e uma equipe de consultoria fez um treinamento especial com os funcionários sobre as novas regras para orientarem os clientes.
A diretora também afirma que é feita uma limpeza nas cadeiras, mesas e espreguiçadeiras entre a mudança de um visitante e outro.