O Brasil se aproxima das 200 mil vidas perdidas para o coronvírus em um momento em que registra o crescimento no número de casos de covid-19 e a diminuição de leitos de UTI disponíveis. Com isso, prefeitos de diversos municípios têm cancelado as festividades de final de ano e aumentado as normas de distanciamento social para que os hospitais brasileiros não entrem em colapso em janeiro - cenário que já foi previsto pela prefeitura de Porto Alegre.
Capitais como Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Fortaleza já anunciaram o cancelamento da festa de Réveillon. Além disso, calçadões foram bloqueados, show de artistas e queima de fogos de artifícios, vedados. Algumas cidades optaram pela transmissão, via canais estatais e internet, de concertos gravados e sem público. A exceção foi Salvador que – apesar de não ter o show da virada – manterá a queima de fogos em diversos pontos da cidade, mas sem divulgar o local para evitar aglomerações.
No Rio Grande do Sul, os municípios do litoral caminham para a mesma direção: não promoverão eventos e buscam intensificar os esforços na correta orientação dos veranistas.
Capão da Canoa
Em Capão da Canoa, no Litoral Norte, não haverá qualquer tipo de show de artistas ou queima de fogos neste ano. Contudo, a ausência de festejos não é sinônimo de falta de fiscalização, promete a prefeitura. Por meio de nota, o Executivo municipal afirma que planejou uma ação conjunta da Brigada Militar e de agentes da prefeitura com o objetivo de proibir as aglomerações na cidade.
Já a praia está liberada desde que pessoas de diferentes núcleos familiares fiquem a três metros de distância uns dos outros. Atividades físicas e caminhadas na beira-mar também estão permitidas, com uso obrigatório de máscara.
Os quiosques estão autorizados a funcionar, mas estão proibidos de ter música ao vivo ou som ambiente. A colocação de mesas e cadeiras para atendimento no local também está vedada, sendo permitido somente o atendimento individual aos clientes junto ao quiosque ou por meio de garçom.
Bares e restaurantes funcionarão até a 1h na virada do ano. Entretanto, exige-se o respeito ao distanciamento social, uso de máscara e é proibido dançar. Além disso, casas de eventos, casas noturnas e pubs não terão permissão para funcionamento e deverão permanecer fechados.
No final da noite desta segunda, a prefeitura de Capão da Canoa afirmou que um novo decreto deve ser publicado na terça-feira (29). O novo documento deve proibir o funcionamento de comércios entre a 1h e às 7h e também aumentar o valor da multa para quem desrespeitar o decreto, como não utilizar máscara.
Cassino
Na praia do Cassino, em Rio Grande, no Litoral Sul, também não haverá nenhuma comemoração oficial. Porém, a orla estará aberta para a entrada de carros, desde que respeitem o protocolo de distanciamento de três metros entre cada automóvel. Além disso, o prefeito da cidade, Alexandre Lindenmeyer, reforça que agrupamentos com mais de cinco pessoas também estão proibidos.
— Montamos uma operação conjunta entre a Brigada Militar, agentes municipais e o Corpo de Bombeiros para que as nossas tentativas de conscientização e convencimento ao cumprimento dos protocolos sanitários, pela população, seja seguido. Nosso objetivo é atuar na orientação, não na coerção das pessoas. Para isso, teremos fiscalização 24 horas por dia — pontua.
Na cidade, também é obrigatório o uso de máscara ou o veranista pode pagar uma multa de R$ 35 . Na praia, os trailers poderão funcionar no sistema de telentrega, sem atendimento no local, e os bares funcionarão até as 23h do dia 31 de dezembro. Os estabelecimentos que promoverem aglomeração poderão ser autuados ou fechados, informou o prefeito. O mesmo vale para os carros, que poderão ser apreendidos.
Na operação realizada entre os dias 25 e 26 de dezembro, pelas forças integradas de fiscalização de Rio Grande, foram atuados 26 veículos, nove foram guinchados e um estabelecimento foi atuado, informou Lindenmeyer.
Xangri-lá
De acordo com Cilon Rodrigues, prefeito de Xangri-lá, a orla estará aberta nesta período de virada de ano, mas uma série de regramentos será seguida, de acordo com os decretos estadual e municipal. Alguns exemplos são a obrigatoriedade do uso de máscara e distanciamento mínimo de três metros entre os núcleos familiares na beira do mar.
Os quiosques e ou restaurantes à beira-mar ficam proibidos de disponibilizar mesas e cadeiras no seu entorno. Além disso, os quiosques devem providenciar demarcações para evitar filas e manter o distanciamento entre os clientes, e o atendimento deve ocorrer diretamente nas barracas e guarda-sóis. Estes locais também estão proibidos de realizar shows com música ao vivo.
— Os restaurantes podem abrir com 50% trabalhadores e 50% lotação, no máximo com funcionamento até 1h da manhã, sendo proibida a prática de dança — esclarece Cilon.
Ele explica que desde o início da pandemia o município criou uma equipe multidisciplinar para fazer a fiscalização, que continuará orientando e autuando quando necessário. Além disso, nenhum evento comemorativo será adotado no Réveillon.
Imbé
Por meio de nota, a prefeitura de Imbé, no Litoral Norte, informou que também optou por não realizar qualquer tipo de evento nesta virada de ano para não alimentar o agrupamento de pessoas. Contudo, decidiu pelo livre uso da orla durante o dia, sem deixar de cobrar o uso da máscara. Na faixa de areia, o distanciamento também é de três metros entre grupos familiares diferentes, e os quiosques poderão abrir as portas, mas também não terão permissão para ter música ao vivo ou ambiente. Por outro lado, a instalação de mesas e cadeiras está liberada.
Bares e restaurantes de Imbé funcionarão até a 1h no Réveillon. Entretanto, exige-se o respeito ao distanciamento social, à lotação máxima do espaço, ao uso de máscara e ficou decido por decreto que será proibido dançar. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a fiscalização na faixa de areia e outras partes da cidade será feita pela Brigada Militar e agentes municipais, totalizando 15 pessoas por turno. Aqueles que se negarem a vestir a proteção facial podem ser multados em RS 300, conforme prevê a lei da cidade.
Tramandaí
A prefeitura de Tramandaí, por meio da Secretaria de Turismo, informou que a tradicional Festa da Virada foi cancelada. Em nota, destacou que "seria muita irresponsabilidade promover qualquer evento no momento em que estamos".
Um show itinerante que ocorreria no dia 31 também foi cancelado. Um trio elétrico com a Banda Ginga Brasil passaria pelos bairros e pela beira-mar soltando balões brancos e tocando música de Ano-Novo.
Torres
A prefeitura esclarece que a orla está aberta, de acordo com Plano Estruturado de Prevenção e Enfrentamento à Epidemia da covid-19 do Litoral Norte. Não há, na cidade, nenhuma restrição em nenhum ponto da cidade, embora a prefeitura garanta, em comunicado, o protocolo padrão de distanciamento, uso de mascara, álcool em gel, distanciamento interpessoal e sem contato físico.
A fiscalização é realizada pela prefeitura em conjunto Brigada Militar, Policia Civil e Guarda Municipal, fazendo blitz e fiscalizando locais públicos com possíveis aglomerações.
A prefeitura instalou nas praia placas informativas com as regras para o uso da faixa de praia, e irá fazer o controle com fiscais contratados para orientar sobre as regras a fim de coibir irregularidades. Não haverá fazer nenhum evento a fim de evitar grandes aglomerações.
Cidreira
Em Cidreira, o Réveillon também será comedido. Segundo a prefeitura, não haverá nenhum show de rua durante a temporada de verão. Somente na virada de ano, os veranistas assistirão ao concerto de um músico que circulará pela cidade, em cima de um caminhão, tocando piano.
A cidade também optou por permitir que bares e restaurantes funcionem até a 1h e reforça o pedido para que os clientes destes locais respeitem o distanciamento social e utilizem máscara. Aos estabelecimentos é solicitado que respeitem a lotação máxima do espaço. Assim como os quiosques de outras cidades, os de Cidreira não têm permissão para instalar mesas e cadeiras na areia da praia. Segundo nota da assessoria, o uso da proteção facial é “indicado nas ruas, na faixa de praia e comércios em geral”. O uso da praia e da faixa de areia está liberado, mas os veranistas de diferentes núcleos familiares devem ficar a três metros de distância uns dos outros.
A fiscalização na beira-mar será feita pela Brigada Militar e por agentes da prefeitura. No comércio, fiscais da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) contará com o auxílio da Vigilância Sanitária.
A prefeitura conta com uma equipe reduzida de fiscais da Smic, que fiscaliza comércios, que conta com apoio da Vigilância Sanitária. Nas ruas, contamos com o reforço da Brigada Militar.