
Com as festas de final do ano cada vez mais próximas, as famílias já têm começado a comprar os itens para as ceias de Natal e Ano-Novo. E na hora da escolha do prato principal, a variedade de aves natalinas disponíveis nos freezers dos supermercados pode gerar indecisão. Confira quais as diferenças biológicas e de sabor entre o peru, o chester e o bruster.
De início, é preciso dizer que todos são aves, mas têm características diferentes entre si. O peru, por exemplo, é da espécie Meleagris gallopavo, nativo da América do Norte. De acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Elsio Figueiredo, o peru começou a ser explorado comercialmente porque tinha uma grande proporção de carne, diferente das galinhas comuns.
O peru inteiro que encontramos nas prateleiras são sempre fêmeas abatidas, em média, com 70 dias e com cerca de quatro quilos. Além disso, elas são criadas especificamente com a finalidade de serem comercializadas prontas para irem ao forno.
— Os perus que não são abatidos, são mantidos até completarem o ciclo da carne que é quando atingem os seis meses de vida. Nessa fase os machos chegam a pesar 22 quilos e as fêmeas 15. Porém, esses animais não são vendidos inteiros e sim processados, como patês, por exemplo — detalha o pesquisador.
Já o chester e o bruster são da mesma espécie do frango comum, o Gallus gallus domesticus. Com o sucesso do peru nas festas, as empresas do ramo alimentício resolveram criar um produto concorrente para ser comercializado e foi assim que eles surgiram.
Chester
A marca Perdigão desenvolveu uma linhagem própria de frangos para isso, o chester, que de acordo com Figueiredo, quer dizer peitudo. Essas aves são super frangos que foram geneticamente selecionados para ter um crescimento maior de carne na região do peito. O peru e o chester têm tamanho e quantidade de carne semelhantes, ficando apenas no paladar a diferença mais evidente.

— A galinha põe um ovo e o produtor vai anotando quais ovos ela colocou e como se desenvolveram. Já os galos, você faz um teste quando são jovens para monitorar o ganho de peso a partir do consumo da ração. Então alguns galos ganham peso mais rápido, outros crescem mais e todos esses dados são colocados em planilhas — detalhou o especialista.
A partir dessas informações, os galos e galinhas vão se reproduzindo estrategicamente. Figueiredo explica que com isso, geração após geração, se consegue criar animais com ganho nas características desejadas. Essas alterações acontecem de forma lenta e gradual, cerca de 1% de mudança ao ano. A seleção é feita dessa forma há quase 60 anos, segundo o pesquisador.
Bruster
As outras empresas que criam e preparam frangos para o Natal seguiram a mesma linha e desenvolveram várias marcas próprias. Lançado pela Lebon, o bruster não vem de uma linhagem especial e está mais próximo ainda da galinha que comemos no dia a dia. A grande diferença é a idade de abate da ave, já que ela é criada por mais tempo do que o frango comum para chegar a peso e tamanho maiores. Ao invés dos 40 dias de vida habitual, o bruster ganha mais 20 antes de ser abatido. Portanto, é só uma carne com mais tempo de crescimento. O fiesta, que você provavelmente já deve ter encontrado a venda por aí, segue basicamente o mesmo processo, mas é da marca Seara e por isso ganha outro nome.
Em relação ao sabor, as diferenças são sutis. A carne do peru é considerada mais forte e um pouco mais seca, enquanto que a dos frangos é tenra e tem mais gordura entremeada, o que faz com que ela seja mais suculenta. Outro fator que pode diferenciar as aves são as receitas apresentadas quando compramos o produto pronto para ser assado. Cada empresa usa produtos e temperos diferentes para representar a sua marca.
Agora que você já sabe qual a diferença entre o peru, o chester e o bruster pode escolher de forma certeira qual deles anotar na lista de compras.