Diante de um grande desafio, pequenos gestos ajudaram a amenizar a dor e melhorar a vida de incontáveis pessoas ao redor do planeta em 2020. Se a atual crise na saúde se mostrou um dos obstáculos mais colossais à humanidade nas últimas décadas, também representou uma oportunidade rara para demonstrações singelas de compaixão.
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos apurou que, até o início de dezembro, foram doados mais de R$ 6,4 bilhões no país como resposta ao impacto do coronavírus. Esse montante ajudou aos mais necessitados, que pelas condições precárias de vida foram os mais atingidos pela crise sanitária.
Outra parte significativa da mobilização contra os problemas econômicos e sociais decorrentes da pandemia não envolveu dinheiro: no Rio Grande do Sul, profissionais e voluntários se colocaram na linha de frente da solidariedade por meio de ações simples, porém efetivas.
Com o projeto ‘Vibrando na Frequência do Bem’, já chegamos a oito hospitais amparando profissionais de saúde no combate à covid-19. Espero que eu possa, por meio disso, incentivar outras pessoas.
PALAVRA DA LEITORA TATIANE ALVES BRAGA
Técnica em enfermagem em Porto Alegre
No residencial geriátrico Três Figueiras, em Gravataí, funcionários providenciaram uma proteção plástica para que os idosos pudessem retomar o contato físico com familiares com menor risco de transmissão do coronavírus – o chamado túnel do abraço.
Em Porto Alegre, comerciantes se engajaram em campanhas como a Cozinheiros do Bem, que distribuiu comida a moradores de rua a cada telentrega solicitada aos estabelecimentos conveniados. Empresas doaram máscaras, jalecos e álcool em gel.
A corrente solidária uniu grandes empresas a lutadoras solitárias como a professora universitária Tatiana Luft, que passou a cozinhar “quentinhas” para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Exemplos como esses, além de amenizar o sofrimento de milhares de pessoas, ajudaram a demonstrar que mesmo o terrível 2020 teve seu quinhão de notícias inspiradoras.
Podemos ser melhores
"Quero crer que teremos uma sociedade mais solidária, mais sensível às questões sociais, principalmente na área da saúde e na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), tão importante para salvar tantas vidas .A pandemia nos faz repensar valores. Quero ser otimista e acreditar que possamos melhorar a partir dessa experiência que vivemos em 2020."
Cláudia Perrone, professora do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia da UFRGS