Dois gaúchos estão no grupo de 19 bailarinos brasileiros de diferentes companhias de balé, espalhadas pelo mundo, que se uniram no desafio "Don’t Rush Challenge", que domina as redes sociais. Gabriel Fernandes, 27 anos, de Porto Alegre, e que hoje atua no corpo de baile do Joburg Ballet, na África do Sul, e Dandara Amorim Veiga, 22 anos, de Alegrete, bailarina do Ballet Hispánico, nos Estados Unidos, participaram do vídeo de quase três minutos, editado pela bailarina carioca Ingrid Silva, integrante do Dance Theatre of Harlem (EUA).
Gabriel conta que, desde o início do ano, cerca de 40 bailarinos negros brasileiros espalhados pelo mundo formam um grupo no WhatsApp. E foi a partir dele que, há duas semanas, surgiu a ideia de uni-los na mesma causa: a representatividade. Da turma, 19 aceitaram fazer parte do vídeo.
— Nossa intenção não foi apenas exaltar a beleza, da natural à superprodução, como a maioria dos vídeos. A ideia foi mostrar a força dos bailarinos brasileiros. Quando deixei Porto Alegre e fui dançar no Rio de Janeiro, há 10 anos, meu maior desejo era encontrar bailarinos negros e bailarinas negras. Eu queria me identificar. Hoje, isso se tornou uma realidade, o que me deixa muito feliz — conta Gabriel.
Começo foi nos Estados Unidos
O desafio foi iniciado pela universitária Toluwalase Asolo, 20 anos, no final de março, quando ela postou o primeiro vídeo com mais sete amigas nos Estados Unidos. Nele, as amigas passam o pincel de maquiagem à outra — ao som de "Don’t Rush", da dupla britânica de rap Young T & Bugsey. A ideia de exaltar a beleza negra logo viralizou e ganhou diferentes versões. Em poucos dias, milhares de internautas jogaram-se no desafio. De forma simples e sempre divertida, grupos de amigos criam uma sequência de cenas em que aparecem do jeito mais natural possível e, durante uma transição rápida do vídeo, surgem com um look completo.
No Brasil, a cantora IZA reuniu no desafio Taís Araújo, Karol Conka, Liniker, Majur, MC Sofia e outras famosas. A publicação no Instagram da cantora já teve mais de 5 milhões de visualizações.
No vídeo dos bailarinos brasileiros, o grupo criou um roteiro para ter conexão entre as gravações. Da África, além de Gabriel, outros quatro bailarinos participaram. Há também artistas que atuam nos Estados Unidos e em países da Europa.