O Parlamento da Irlanda adotou, nesta quinta-feira (13), um projeto de lei que legaliza o aborto, sete meses depois de um referendo histórico no qual os irlandeses se pronunciaram contra a proibição constitucional da interrupção voluntária da gravidez.
O texto autoriza o aborto em até 12 semanas de gestação ou posteriormente nos casos de "risco para a vida" ou de "grave risco à saúde" da mulher. Também permite a interrupção voluntária da gravidez em caso de malformação do feto que pode levar à sua morte.
O primeiro-ministro, Leo Varadkar, comemorou um "momento histórico para as mulheres irlandesas", em uma mensagem publicada em sua conta do Twitter.
Em 25 de maio, 66% dos irlandeses votaram em um referendo a favor da liberalização do aborto, uma mudança cultural no país de 4,7 milhões de habitantes e tradição católica, três anos depois da legalização do casamento homossexual.
No Twitter, o ministro da Saúde, Simon Harris, declarou que "há pouco mais de 200 dias, o povo irlandês votou para revogar a oitava (emenda da Constituição irlandesa, que proíbe o aborto), para que cuidemos das mulheres com compaixão. Hoje, aprovamos a lei que transformará (este desejo) em realidade".
Ele comemorou "um voto que põe fim às viagens solitárias e à estigmatização e que apoia as decisões das mulheres em nosso país". Até então, as mulheres que queriam abortar tinham que viajar para o Reino Unido. A lei ainda deve ser promulgada pelo presidente, Michael Higgins, antes de entrar em vigor.