Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (4) sobre as percepções da população brasileira em relação ao aborto aponta que metade dos entrevistados concorda que uma mulher que interrompe a gravidez intencionalmente deveria ir para a cadeia. O levantamento, do Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, ouviu 1,6 mil pessoas acima dos 16 anos de idade em todas as regiões do Brasil. As informações são do portal UOL.
Outros 38% dos entrevistados discordam da prisão em caso de aborto, e 12% não se posicionaram. Do total, 45% afirmaram conhecer uma mulher que já tenha feito o procedimento de interrupção da gravidez. No entanto, 62% se declararam contra o aborto ser considerado uma decisão da mulher.
Hoje a legislação brasileira permite que a mulher interrompa a gestação em três casos: gravidez decorrente de estupro, risco de vida para a mãe ou feto anencéfalo. O levantamento aponta que 67% é favorável ao aborto no caso de estupro, 61% quando há risco de morte para a mãe. Por alguma doença grave ou incurável, 50% disseram ser favoráveis em caso de zika, por exemplo.
Em novembro, comissão da Câmara dos Deputados aprovou proposta que prevê que o princípio da inviolabilidade da vida passe a ser respeitado não a partir do nascimento, como é hoje, mas a partir da concepção. Tal alteração impossibilitaria a interrupção da gravidez mesmo nos casos previstos livres de punição. Nesta semana está prevista a votação dos destaques do projeto, dentre os quais um que suprime o trecho do aborto.