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Na última semana, uma palavra tomou a internet: xennial. O termo se refere a uma espécie de microgeração de pessoas nascidas nos anos de 1977 e 1983. São os adultos de hoje que não se identificam com os rótulos da Geração X e nem da Geração Y, dos millenials. São os que cresceram sem internet, mas a descobriram no final da adolescência. Dominam a tecnologia de consumo, provavelmente trabalham com ela, mas lembram do mundo pré-Google para fazer uma pesquisa escolar.
Os millennials são da geração posterior: cresceram com a internet e estão, hoje, nos seus trinta e poucos anos . A Geração X é a anterior, pós baby-boom, da época das Diretas Já e que tem, hoje, membros com quarenta e muitos.
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No Instagram (ironicamente a rede social da geração Y) circulou uma imagem sobre a definição da geração xennial: viveram uma infância analógica e uma vida adulta digital; têm o cinismo da geração X e o otimismo dos millennials.
Como tudo começou
Não há conhecimento sobre estudo científico ou de mercado que sustente essas definições. O que se sabe, é que a palavra xennial foi usada em 2014 pela revista estrangeira Good: dois autores que diziam ter entre 20 e poucos e 30 anos, escreveram sobre a sensação de não se encaixar nas definições propostas para a Geração Y, dos millennials, e a Geração X. Na plataforma do Google, o gráfico do histórico de buscas sobre o termo teve uma leve alta nesse período, mas o boom, como mostra a imagem abaixo, aconteceu na última semana.
Recentemente, o burburinho sobre os xennials foi impulsionado novamente pela imprensa estrangeira. Um site australiano, no dia 22 de junho, publicou uma reportagem sobre as características comportamentais dos nascidos entre 1977 e 1983.
Nela, pesquisadores afirmam que de fato há certas peculiaridades sobre as pessoas nascidas nesse período, afinal, elas cresceram sem a internet mas ganharam acesso nos anos mais tardios da adolescência. Aprenderam a consumir informação fora do Facebook e das redes sociais. Matérias na imprensa e um quiz do jornal britânico The Guardian, que testa a sabedoria de leitores sobre referências de cultura pop e tecnologia, que são, geralmente, comuns aos nascidos naqueles anos, ajudaram a impulsionar sua popularidade do termo.
A criação da palavra xennial chegou a ser creditada erroneamente a Dan Woodman, um sociólogo australiano. O pesquisador usou o Twitter para esclarecer que não, ele não a inventou. Woodman escreveu um artigo para o The Guardian, nesta segunda-feira (4), comentando que a diferença entre gerações é em boa parte reforçada pela condição econômica dos jovens de cada época e não apenas pelo ano de nascimento.
O que os xennials dizem
O jornalista André Czarnobai, de 38 anos, nasceu em maio de 1979: por definição, é um xennial. Pela história de vida, também se encaixa na proposta do termo: teve de utilizar as enciclopédias Barsa do pai durante a escola para pesquisar qualquer informação. Fã de rap, passava um perrengue para escutar as músicas que gostava – tinha de esperar que uma estação de rádio as tocasse, ou aguardava, com uma filmadora de 1989 do pai, em frente a uma TV preto e branco, para filmar os videoclipes que passavam no canal MTV.
Foi alguns meses antes de entrar na faculdade, durante um emprego temporário, em 1997, que começou a usar a internet. Pouco depois, a família de Czarnobai contratou o serviço em casa.
– Para instalar a internet precisava de uns 10 disquetes só para o Internet Explorer. E durante o dia não dava para usar, era supercaro, o lance era conectar depois da meia-noite. Durante o dia, só para alguma coisa urgente de trabalho da faculdade. Nos primeiros cinco anos de internet em casa, eu só usei de madrugada – relembra.
Até hoje, ele é conhecido por ser o Cardosonline, criador de um fanzine, espécie de newsletter da época, que reunia textos de amigos, resenhas de filmes e quadrinhos. Os remetentes da "revista digital" eram, principalmente no começo, os amigos da faculdade que a recebiam por e-mail.
Sobre a diferença entre gerações, Czarnobai acredita que os nascidos nesses anos, de 1977 a 1983, têm uma noção de privacidade nas redes sociais.
– A sensação de privacidade é bem mais flexível do que a da geração anterior. A gente está no meio termo, e as gerações mais novas não conseguem ver muita diferença do público e do privado. Minha geração é mais resguardada, tem um pé atrás – opina.
A escritora Clara Averbuck nasceu no mesmo mês e no mesmo ano, 1979, que Czarnobai. Foi a primeira colunista mulher do Cardosonline. Clara conta que seu primeiro texto viralizou ainda no IRC, um bate-papo popular na década de 1990 (explicando assim, de forma mais simples, para os millennials).
Começou a usar a internet lá pelos 17 anos. Ela, que hoje tem sete livros publicados, diz que foi o meio que achou, na época, ainda adolescente, para publicar o que escrevia – e viveu a primeira fase dos blogs:
– Na época, o blog era uma coisa descredibilizada. Até tentaram me rotular por causa disso. Hoje, as pessoas sabem que é mais ou meio como qualquer outro meio. Mas naquele tempo, (as pessoas) estavam muito confusas – conta.
Clara ouviu falar do termo xennial quando perguntada se queria falar sobre o assunto. Pelo Facebook, recebeu um link sobre o que seria a tal microgeração. Pelo telefone, à ZH, conta que discorda das definições de gerações, seja millennial, xennial, ou o que for.
– Vai de pessoa a pessoa. Tem gente de 50 anos que manja mais de tecnologia do que eu. Vai do interesse e do privilégio, depende de onde a pessoa cresceu. Num ambiente de classe média, ela poderia ter acesso mais cedo. Na quebrada, não é exatamente assim – finaliza.
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achei engraçada a palavra " xennials"="" mas="" sinceramente="" quem="" nasceu="" nesse="" período="" (oi,="" eu!)="" pegou="" as="" melhores="" coisas="" e="" mudanças<="" p="">— barbie slayer (@elizabetebatore) <a href='https://twitter.com/elizabetebatore/status/880471784168017920'>29 de junho de 2017</a></blockquote><script async src='//platform.twitter.com/widgets.js' charset='utf-8'></script>" onload="(function (e){e.contentDocument.open(),e.contentDocument.writeln('<html><body>'+e.getAttribute('data-twitter')+'</body></html>'),e.contentDocument.close(),e.contentWindow.document.body.style.margin=0;var t=setInterval(function(){e.height=e.contentWindow.document.body.scrollHeight;},500);setTimeout(function(){clearInterval(t)},5000)})(this);"><iframe width="100%" style="border:0; display:block;" data-twitter="
Lendo tudo a respeito da minha condição geracional " xennial"<="" p="">— Chico Barney (@chicobarney) <a href='https://twitter.com/chicobarney/status/881224747941584896'>1 de julho de 2017</a></blockquote><script async src='//platform.twitter.com/widgets.js' charset='utf-8'></script>" onload="(function (e){e.contentDocument.open(),e.contentDocument.writeln('<html><body>'+e.getAttribute('data-twitter')+'</body></html>'),e.contentDocument.close(),e.contentWindow.document.body.style.margin=0;var t=setInterval(function(){e.height=e.contentWindow.document.body.scrollHeight;},500);setTimeout(function(){clearInterval(t)},5000)})(this);">