Profissionais da área de investimentos acreditam que, em algum momento, a Previdência Social terá que passar por uma reforma ou entrará em colapso. Considerando qualquer dos dois cenários, acreditam que a consciência financeira deve avançar, fazendo com que mais pessoas resolvam guardar dinheiro. Ou seja, planejar a própria aposentadoria sem depender do governo.
Leia mais
Produto vencido nas prateleiras dá direito a outro de graça; veja como trocar
Lâmpadas LED devem ter selo do Inmetro e incandescentes saem do mercado
– Quanto menor o seu custo de vida e maior o retorno sobre os investimentos, mais fácil será atingir o objetivo – simplifica bem o sócio do Grupo L&S Leandro Ruschel.
Ruschel indica duas fórmulas para calcular quanto cada um deve economizar para que a renda venha a cobrir o custo de vida:
Mais conservadora – Permite viver de renda indefinidamente, mantendo um patrimônio durante todo o período e que pode ser revertido aos herdeiros.
– Digamos que você tenha um custo de vida de R$ 10 mil por mês e que hoje seja possível conseguir um ganho de 6% ao ano sobre a inflação. Nesse caso, a renda necessária anualizada seria de R$ 10 mil vezes 12, ou seja, R$ 120 mil. Para gerar essa renda, é preciso R$ 2 milhões, usando a fórmula: R$ 120.000/0,06.
O número depende do custo de vida de cada um e do retorno acima da inflação que se consegue gerar por intermédio dos investimentos. O especialista lembra que a contabilidade deve levar em consideração os impostos pagos pela renda gerada nos investimentos.
Menos conservadora – Envolve a formação de um fundo de reserva que gerará renda e ao mesmo tempo será consumido pelo tempo que o investidor acha que viverá.
– Usando o exemplo anterior, com custo de vida de R$ 10 mil, ao se aposentar aos 50 anos, junta-se apenas R$ 1 milhão. Ao longo de um ano, terá uma renda gerada aproximada de R$ 60 mil e, com um saque de R$ 120 mil, o saldo final no primeiro ano de aposentadoria será de aproximadamente R$ 940 mil. Nesse ritmo, o patrimônio duraria por mais 11 anos, ou seja, até os 61 anos de idade.
Só que, na tabela atuarial do IBGE, um indivíduo de 50 anos de idade hoje teria uma expectativa de vida de mais 27 anos. Como sabemos que na realidade as pessoas têm vivido mais, trabalharemos com uma margem para gerar uma reserva até os 85 anos. Neste cálculo, é essencial considerar o tempo de contribuição para um fundo, a taxa de retorno e a idade de aposentadoria.
– Nesse caso, se aposentando aos 50 anos e com uma renda de R$ 120 mil ao ano, conseguindo um retorno de 6% ao ano sobre os seus investimentos, o montante necessário para um saldo final zero de patrimônio é R$ 1,8 milhão.
É importante entender o conceito de formar um patrimônio através de um percentual da sua receita atual, o que pode variar entre 5% e 20%. Depois, deve-se investir a reserva buscando a maior rentabilidade possível.
– Uma das alternativas que são usualmente mais rentáveis do que a poupança, os CDBs dos grandes bancos e os fundos DIs, são os títulos do Tesouro Nacional, através do programa Tesouro Direto, com investimentos a partir de R$ 300. O Tesouro IPCA é um título que corrige a inflação mais juros definidos no momento da compra. Assim, pode-se ter uma proteção contra inflação e sabe-se qual será o ganho real. Também não podemos esquecer do mercado de ações, que oferece um potencial maior de rentabilidade, mas também com um risco maior.
Ouça entrevista com Leandro Ruschel no programa Destaque Econômico, da Rádio Gaúcha: