O aumento na alíquota do ICMS, em vigor no início do ano, está fazendo gaúchos atravessarem o Rio Mampituba atrás de gasolina em Santa Catarina. Com o preço em média R$ 0,30 mais alto em alguns postos de Porto Alegre e com variações de preço pelo Rio Grande do Sul, motoristas que viajam ao Estado vizinho estão preferindo abastecer por lá, onde se encontram valores bem mais baixos.
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Enquanto a gasolina comum no Rio Grande do Sul custa em média R$ 4, em Sombrio (SC), por exemplo, se encontra a R$ 3,42. Os postos, antenados nas oportunidades, usam a publicidade para convencer os motoristas a abastecer após passar por Torres. Uma placa na BR-101, em Dom Pedro de Alcântara, avisa: a 22 quilômetros, o preço é de R$ 3,59.
O anúncio alertou o advogado João Batista de Mello Neto, 47 anos, que viajava para Itapema (SC) com a mulher, a filha de dois anos e a sogra (as duas últimas iam conhecer o mar).
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- Chegamos a parar em um posto para lanchar ainda no Rio Grande do Sul, mas resolvi esperar e ir a outro posto, mais adiante, para abastecer - conta Mello Neto.
O gerente do posto Bela América, em São João do Sul, Luciano Eugenio da Silva, disse que viu o movimento aumentar em 30% nas últimas semanas.
- Muitos me mandam mensagens no WhatsApp, perguntando como está o preço. Só tem gaúcho abastecendo aqui - conta.
Veranistas de torres aproveitam proximidade
Como é só cruzar a ponte do Rio Mampituba para chegar a Passo de Torres (SC), os moradores e veranistas da praia mais ao norte do Estado estão aproveitando a barbada. No posto de Kjillim, embora o preço esteja em R$ 3,78, a maior parte do movimento é de carros com placas gaúchas.
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- Devo ter aumentado o movimento em 45%. Pensei até em colocar carro de som em Torres, mas preferi não me incomodar - afirma o gerente do posto, Carlos Alberto Kindlein.
Nos cerca de 15 minutos que a reportagem permaneceu no local, oito carros pararam para abastecer, todos com placas de municípios gaúchos.
Embora a briga esteja cada vez mais complicada para quem atua no Estado, no Auto Posto São João, que fica na BR-101, em Torres, o frentista Valneri Albino, o Neri, que tem 20 anos de atuação no setor, considera que pouca gente percebeu os preços mais baixos do lado de lá.
- O movimento continua alto aqui. As pessoas confiam no nosso trabalho, e o fluxo sempre aumenta no verão. Muitos ainda não se deram conta da diferença - avalia Neri.