O governador José Ivo Sartori incluiu a Parada Gaúcha do Orgulho Louco no calendário oficial de eventos do Estado. De autoria dos deputados estaduais Adão Villaverde (PT) e Stela Farias (PT), a lei foi aprovada pela Assembleia em novembro e sancionada por Sartori em 4 de dezembro. Nesta segunda-feira, a sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado, instituindo anualmente a celebração na última sexta-feira do mês de outubro.
No mês de outubro, em Alegrete, foi realizada a primeira edição do evento. Com a presença de pacientes com doenças psíquicas, a ação causou polêmica entre profissionais da área da saúde mental no Rio Grande do Sul.
Dirigentes de entidades da área médica condenaram a iniciativa e afirmaram ser "revoltante e degradante ver a irresponsabilidade" de pessoas que deveriam proteger o paciente e que se valem "da ingenuidade de um doente mental para vesti-lo de palhaço e levá-lo a desfilar pelas ruas".
"Essas pessoas tinham de proteger os doentes"
"Há preconceito contra nosso movimento"
Promovido pela prefeitura de Alegrete, com apoio da Câmara Municipal e de uma série de entidades, o evento durou três dias e teve debates, oficinas, atividades culturais e manifestações públicas. Segundo os organizadores, não havia doentes vestidos de palhaço, mas, sim, com cartolas, em uma alusão a José Joaquim de Campos Leão, dramaturgo gaúcho tomado por louco no século 19.
A parada tem como objetivo a celebração do tratamento em liberdade dos doentes, em vez da internação em manicômios.