A estreia do GEN3 Evo superou a expectativa. A prova de abertura da temporada 2024/25 -, foi uma das melhores nos 11 anos da Fórmula E. O novo monoposto elétrico mostrou a evolução da categoria na pista do Sambódromo do Anhembi, e que as próximas etapas serão emocionantes. O neozelandês Mitch Evans, da Jaguar TCS Racing, largou na última posição para vencer a prova. O português António Félix da Costa, da Porsche, e o britânico Taylor Barnard, da Neom McLaren, completaram o pódio do E-Prix de São Paulo.
O carro do holandês Robin Frijns apresentou problemas no grid, teve que ser retirado da pista e retardou a largada. A prova teve cinco líderes, uma entrada do carro de segurança e duas bandeiras vermelhas com paralisações de 30 minutos. A última pelo acidente envolvendo o Porsche de Pascal Wehrlein. Após bater no muro, o monoposto do atual campeão mundial de pilotos capotou.
O modo de Ataque mais potente, a tração nas quatro rodas, o aumento de potência básico de 50 kW e os novos pneus mudaram a estratégia de corrida alterando o comportamento do carro, piloto e equipe. O impacto no resultado foi decisivo.
Cinco líderes, duas paradas
O britânico Oliver Rowland, da Nissan, saltou na ponta mas por pouco tempo. Com a batida do britânico Jake Hughes, da Maserati, e do suíço Nico Müller, da Andretti, o carro de segurança entrou na pista. Os dois pilotos abandonaram a prova. Na relargada, o piloto da Nissan liderou boa parte da corrida mas sofreu uma penalidade de drive-through e perdeu várias posições.
Evans, que avançou cinco posições na primeira volta, foi reduzindo a distância e, na última relargada, manteve a frente apesar da pressão do português da Porsche, que terminou a prova separado apenas três décimos de segundo vencedor.
Com o terceiro lugar, Taylor Barnard, com 20 anos, foi o piloto mais jovem a chegar ao pódio da Fórmula E. O britânico superou a posição anterior de Daniel Abt, de 22 anos, conquistada no E-Prix de Miami em 2015.
Voz do podium
O vencedor Mitch Evans revelou que teve que ter um pouco de sorte “ foi uma corrida maluca, muito difícil gerenciar a estratégia e saber o que fazer em cada momento”. Revelou que após avançar diversas posições na primeira volta, seu foco mudou, pensando que talvez pudesse conseguir mais alguns pontos, “talvez um pódio, mas também tive um pouco de sorte com algumas pessoas que sofreram danos após alguns acidentes”.
- Para ser honesto, estou apenas tentando processar tudo! Obviamente, eu não estava esperando isso depois do infortúnio na classificação, sem conseguir nenhuma volta boa e largando na última posição. Eu só esperava ganhar alguns pontos e começar a temporada, mas consegui subir 18 posições na primeira volta e logo me coloquei no meio – afirmou Evans.
O piloto da TAG Heuer Porsche, Antonio Felix da Costa destacou que “ tínhamos um carro forte como equipe, um pacote forte, os testes foram bons, estávamos confiantes” e manifestou sua felicidade por voltar para casa com um pódio. Acrescentou que a vitória ficou com Mitch, “mas ele foi muito bem por ter saído de último. Isso é uma conquista, não importa como você conseguiu”.
- Eu não escrevi meu discurso de pódio! – destacou Taylor Barnard, lembrando que início da corrida perdeu a asa dianteira, teve de trocá-la, entrou nos boxes e teve uma penalização por ultrapassagem. “Eu não sei, não sei o que dizer”.
O piloto da Neom McLaren elogiou o trabalho absolutamente incrível da equipe com a segunda estratégia do Modo de Ataque, o que “facilitou para que eu e Sam [Bird] passássemos e chegássemos na frente, e nós dois fizemos um ótimo trabalho”.
-Eu não esperava estar aqui! - concluiu.
Presença ilustre
Emerson Fittipaldi mais uma vez foi atração do E-Prix de São Paulo. O bicampeão mundial de Fórmula 1 e vencedor da Indy 500 assistiu a abertura da temporada 11. Conversou com pilotos, visitou os box da Lola Yamaha ABT e da Neom McLaren e esteve no grid.
Classificação E-Prix de São Paulo
1.º - Mitch Evans -NZL/Jaguar
2.º - António Félix da Costa -POR/Porsche-, a 0s384
3.º - Taylor Barnard - GBR/McLaren-, a 0s844
4.º - Sam Bird -GBR/McLaren-, a 1s158
5.º - Edoardo Mortara -SUI/Mahindra-, a 1s800
6.º - Norman Nato -FRA/Nissan-, a 2s174
7.º - Nyck de Vries -HOL/Mahindra, a 2s640
8.º - Sebastien Buemi -SUI/Envision- , a 2s997
9.º - Dan Ticktum -GBR/Cupra-, a 3s683
10.º - Jean-Éric Vergne -FRA/DS Penske-, a 4s216
11.º - Stoffel Vandoorne -BEL/Maserati-, a 4s799
12.º - Max Günther -ALE/DS Penske, a 5s093
13.º - Zane Maloney -BAR/Lola-Yamaha, a 6s212
Nick Cassidy (NZL/Jaguar), Pascal Wehrlein (ALE/Porsche), Jake Dennis (GBR/Andretti), Lucas di Grassi (BRA/Lola-Yamaha), Jake Hughes (GBR/Maserati), Nico Müller (SUI/Andretti) e Robin Frijns (HOL/Envision não completaram a prova
O editor viajou a convite da Nissan