A produção, a venda e a exportação de veículos no Brasil caíram em maio na comparação com abril. O recuo na produção foi decorrente das paralizações de fábricas, efeito da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e da operação-padrão de funcionários do Ibama e do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), responsáveis por liberações ambientais de veículos e contêineres de componentes.
O menor número de dias úteis e as dificuldades da crise gaúcha, que reduziu a venda de veículos em 64% no Estado, que representa 5% do mercado nacional, provocaram a retração nos emplacamentos no país. Pelos dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados nesta sexta-feira (7), a venda média de 9.250 unidades/dia foi a melhor para o mês desde 2019.
A paralisação de importantes fornecedores gaúchos e dificuldades logísticas provocaram a parada ou desaceleração da produção no Estado e em outras regiões do país. O complexo da General Motores, em Gravataí, que produz dois entre os carros mais vendidos do Brasil, teve as atividades suspensas. Como também ocorreu em importantes fabricas de veículos, máquinas agrícolas e componentes usados na cadeira cadeia automotiva.
Linhas de montagem desaceleram
A produção de 167.33 veículos em maio despencou 24,9% na comparação com abril e 26,8% em relação com o mesmo mês de 2023. Foram 152.830 automóveis e comerciais leves, menos 26,4% sobre abril e o tombo de 29,8% considerando o mesmo período do ano anterior.
Apenas automóveis foram 129.197, menos 22,8% em relação a abril e queda de 26,2% na comparação com o mesmo mês de 2023. Já os comerciais leves somaram 23.633 unidades, capotagem de 41,3% em relação a abril e 44,4% em igual período de 2023.
Os caminhões despencaram 41,3% com 23.633 unidades em maio e 44,4% sobre o mesmo mês em 2023. Os 2.731 ônibus caíram 2,7% sobre abril e tombaram 40,3% em relação ao mesmo mês de 2023.
Queda geral na venda
A venda de 194.256 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 12% sobre abril e aumentou 10% na comparação com o mês em 2023. Automóveis e comerciais leves foram 183.426, menos 12% em relação ao mês anterior e mais 10,2% em relação ao mesmo mês de 2023.
O registro de 9.547 caminhões caiu 11,3% em relação a abril e aumentou 16,1% sobre um ano antes. Os 1.283 ônibus despencaram 26,1% na comparação com abril e menos 33,2% na comparação com o ano passado.
A produção acumulada nos cinco meses do ano de 942.786 veículos caiu 1,7% sobre 2023. Foram 895.052 automóveis e comerciais leves, menos 3,6%; 40.144 caminhões, mais 29,9%; e 7.590 ônibus, com o salto de 58,5%.
A venda acumulada de janeiro a maio de 809.029 veículos aumentou 14,9% sobre 2023. Foram 754.818 automóveis e comerciais leves, mais 16%; 44.663 caminhões, mais 4,8%; e 9.548 ônibus, menos 24,5%.
Do estoque de 237,5 mil veículos, 124,4 mil foram das concessionárias e 113,1 mil das montadoras. O estoque foi equivalente a 37 dias, sendo 19 nas lojas e 18 nos pátios das montadoras.
Embarques reduzidos
A exportação acompanhou a produção e venda, e também caiu. O desaquecimento dos mercados da América do Sul persiste, que mantém a venda externa baixa. O crescimento de produtos asiáticos nesses países também prejudica os embarques brasileiros, destaca a Anfavea.
Os 26.760 veículos embarcados representaram a queda de 2,1% na comparação com abril e menos 41,4% sobre um ano antes. Foram 25.161 automóveis e comerciais leves, redução de 2,1% e menos 42,7% em relação a maio de 2023.
Em valores, foram US$ 822.264, mais 11% sobre abril mas menos 24,5% sobre o ano anterior.
O embarque de 136,3 mil veículos de janeiro a maio despencou 29,7% em relação a igual período do ano passado. Em valores, foram US$ 3,958 bilhões, menos 15,6% em relação a 2023.
O crescimento das importações continua sendo um ponto de atenção para o setor automotivo brasileiro. O volume de emplacamentos de veículos vindos de outros países já chegou a 160 mil unidades de janeiro a maio, 44 mil a mais do que o mesmo período de 2023, e alta de 38%.
Os modelos elétricos e híbridos chineses representaram 82% do crescimento das importações no ano.