A falta de componentes continua comprometendo a cadeia automotiva. A produção, venda e exportação aumentaram em relação a fevereiro, um mês com menor dias úteis, mas o volume de veículos que saiu das linhas de montagem em março foi o pior dos últimos 19 anos para o mês, quando foram produzidos 127,5mil veículos. O maior gargalo da indústria automobilística continua sendo os semicondutores. Apesar dos números positivos no mês passado, o resultado do primeiro trimestre foi negativo em relação ao mesmo período de 2021.
A produção de 184,8 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em março foi 11,4% superior à de fevereiro mas 7,8% inferior à de março de 2021. No acumulado do trimestre saíram das linhas de montagem 496,1 mil veículos, menos 17% em relação ao mesmo período de 2021.
Os 146,8 mil veículos licenciados representaram o salto de 10,9% sobre março mas o tombo de 22,5% sobre o mesmo mês de 2021.
A queda acumulada do trimestre foi de 23,2% com 405,7mil registros, menor volume do mês desde 2005.
O único segmento positivo foi o de caminhões com crescimento de 3% sobre o primeiro trimestre do ano passado.
A exportação de 38,9 mil veículos caiu 6,2% no mês e cresceu 5,8% na comparação com o mesmo período em 2021. Em valores, foram US$ 845.164, mais 15% sobre fevereiro e 24,8% em relação a março do ano anterior
O embarque de 95,8 unidades no trimestre foi 12,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado. Em valores foram US$ 2.131.991 milhões, mais 23,2% sobre os três primeiros meses de 2021.
O estoque de veículos aumentou com 125,5 mil unidades, o que corresponde a 25 dias de venda. Foram 86,3 mil carros nas concessionárias, iguais a 17 dias de venda, e 29,2 mil nas montadoras, ou oito dias de venda.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, justificou que além da questão dos semicondutores, o setor teve impactos negativos da onda ômicron nos primeiros dois meses do ano, “por seu alto índice de contágio, e um volume de chuvas e alagamentos acima da média, afetando o deslocamento dos clientes e o funcionamento de várias concessionárias".