O conforto, a tecnologia e o desempenho do Corolla Cross híbrido pegou carona com o irmão sedã. A versão topo de linha do utilitário esportivo híbrido compartilha componentes, recursos eletrônicos e o conjunto propulsor da versão brasileira do carro mais vendido do mundo. Rodamos 500 quilômetros por ruas e estradas gaúchas com um Toyota Corolla Cross XRX Hybrid 2020, que tem preço sugerido de R$ 193.390.
Se o visual chama a atenção, em especial na cor exclusiva azul Netuno, o conjunto propulsor diferencia o Corolla Cross, o único veículo híbrido flex produzido no país. Como a jornalista Priscila Nunes definiu, o utilitário esportivo médio Toyota é o tipo de carro que conquista pela racionalidade.
A propulsão híbrida combina o motor 1.8 16V de ciclo Atkinson flex de 98 cv (gasolina) até 101 cv (etanol) e força (torque) de 14,5 kgfm com dois elétricos de 72 cv.
A potência máxima combinada é de 122 cv e a força de 16,6 kgfm.
O câmbio automático tipo CVT conta com modo B que aumenta o sistema regenerativo de auxilio à recarga da bateria híbrida.
Visual e interior
A generosa grade com molduras preta e cinza e logomarca azul no centro, que separa o grupo óptico com faróis e luzes diurnas (DRL) em LED, agradaram Priscila. Com o para-choque e o capô vincado, a linha de cintura alta, rodas de 18 polegadas diamantadas, cobertura das caixas de rodas em plástico preto e barras longitudinais no teto formam um conjunto harmonioso
O interior do utilitário remete ao sedã mas diferenciado por detalhes. O revestimento combina couro, material sintético e plástico. Tem cesso por aproximação, partida por botão e direção elétrica progressiva. O quadro digital de instrumentos é de sete polegadas. O banco do condutor tem regulagem elétrica, o ar-condicionado digital automático é de duas zonas com saída para o banco traseiro e o teto solar tem acionamento elétrico.
Comportamento dinâmico
Montado sobre a arquitetura GA-C, baseada na filosofia TNGA, o Corolla Cross divide a plataforma com o sedã, mas foi baseado no modelo hatch, inédito no país. O utilitário esportivo é maior, mais alto e comprido em relação ao irmão. São 4,46 metros de comprimento, 1,82 de largura e 1,62 m de altura, mas a distância entre eixos de 2,64 m é menor.
Priscila, que gosta de dirigir na cidade, valorizou a versatilidade do Corolla Cross. Ágil nas ruas e perimetrais, o conjunto propulsor garantiu bom desempenho com economia de combustível. Acostumada com utilitários esportivos, a jornalista destacou a dirigibilidade com a direção elétrica progressiva macia e firme. Também a suspensão que desconheceu o pavimento irregular com buracos, lombadas ou quebra-molas.
No trânsito pesado e nos congestionamentos urbanos com o utilitário em baixa velocidade ou no anda e para, o conjunto híbrido mostrou como economiza combustível. Praticamente funcionou apenas o sistema elétrico e só percebemos a atuação do sistema pelos gráficos do quadro de instrumentos e da central multimídia. A transição é praticamente imperceptível.
Bom de estrada
O Gilberto prefere dirigir na estrada, onde pode testar o carro nas mais diversas condições e dentro dos limites de velocidade máxima. Também gosto, mas considero melhor avaliar o comportamento dinâmico na cidade, quando sentimos a versatilidade do veículo. Sem pretensões esportivas, nas rodovias que levaram ao Litoral, a potência e a força do conjunto propulsor atenderam as necessidades do Corolla Cross.
As retomadas de velocidade rápidas garantiram ultrapassagens seguranças, principalmente em pistas de faixas simples. Com o ótimo isolamento acústico, o nível de ruído foi baixo tanto com a propulsão elétrica quanto fóssil, o que permitiu conversar e ouvir música ou notícias sem a necessidade de aumentar o volume.
Com respostas precisas, a direção elétrica facilitou a condução. A suspensão macia privilegiou o conforto sem comprometer a estabilidade e ignorou as irregularidades do pavimento. Nos trechos sinuosos, apesar da maior altura, o balanço da carroceria foi mínimo.
Os recursos eletrônicos como o controle de velocidade adaptativo, alertas de ponto-cego, de tráfego cruzado, de mudança de faixa e de colisão com frenagem automática com detector de pedestres e ciclistas auxiliaram a condução e aumentaram a segurança.
O consumo de combustível justifica o tanque de 36 litros. A propulsão elétrica reduziu o gasto gasolina ou etanol no trânsito urbano. Os dados do Inmetro indicam 17 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada. No test-drive, com gasolina e velocidade constante, nossas médias foram de 15,4 km/l a 20,9 km/l na cidade e 14,1 km/l a 18,6 km/l (80 km/h) a 11,9 a 17,5 km/h (110 km/h). Num trecho cidade/estrada de 350 quilômetros, a média ficou em 17,3 km/l.
Com o Corolla Cross, não foi diferente. Ao entrar no utilitário esportivo, Priscila logo acionou a central multimídia flutuante de oito polegadas e tela sensível ao toque e comando por voz. Conectou o Apple CarPlay por cabo (também é interativa com Android Auto) e espelhou seus aplicativos.
A tela mostrou também imagens de operação do sistema de propulsão híbrido e da câmera de ré.
O utilitário esportivo conta com sete airbags, sensores de faróis altos, chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro. O porta-malas leva 440 litros. A velocidade máxima é limitada em 170 km/h.
Um dos pontos polêmicos do Corolla Cross é o discutível acionamento do freio de estacionamento por pedal, e não elétrico como em muitos concorrentes. Priscila lembrou que o sistema é o mesmo do também híbrido Prius que testamos entre Porto Alegre e o litoral de Santa Catarina e permite melhor aproveitamento do console.
Conclusão
O Corolla Cross na versão topo de linha híbrida pegou carona do irmão sedã no compartilhamento da arquitetura, tecnologia e conjunto propulsor. Típico comportamento utilitário esportivo familiar, tem no baixo consumo de combustível, em especial no trânsito urbano, um dos principais atrativos. Aventureiro urbano encarou tranquilo a estrada. Na decisão de compra, deve ser avaliada a proposta em relação às demais versões.