O visual e o interior escurecidos, aperfeiçoamentos na suspensão e conectividade caracterizam a Ranger Black como a versão da picape Ford para rodar na cidade. Sem pretensões aventureiras, a picape para trilhas urbanas tem charme, conforto, tecnologia e comportamento limitado às características do conjunto propulsor. Rodamos cerca de 500 quilômetros em cidades da serra gaúcha com uma Ford Ranger Black 2022 que tem preço a partir de R$ 179.900 sem opcionais.
Os aperfeiçoamentos da Ranger Black melhoraram o comportamento nas ruas e, embora sua vocação urbana, também nas estradas. Concordamos que a nova suspensão e a direção elétrica mais macias aumentaram o conforto tanto na condução na cidade quanto nas rodovias. A dirigibilidade foi melhor e a oscilação, menor, em relação às demais versões com que já rodamos.
Conjunto propulsor
O comportamento da Black foi limitado às características do conjunto propulsor. Os 160 cv e a força (torque) de 39,2 kgfm do 2.2 Duratorq diesel, combinado com o câmbio automático de seis velocidades, foram bem distribuídos pela tração traseira. Apesar das dimensões de mais de cinco metros e duas toneladas, a picape rodou bem na cidade e, como a jornalista Priscila Nunes ressaltou, o porte avantajado impõe respeito nas ruas.
A força em baixos giros ajudou nas acelerações e retomadas de velocidade na cidade, assim como nas ultrapassagens nas estradas.
Claro que as respostas são mais lentas e não dá para comparar com o desempenho das versões equipadas com 3.2 Duratorq de 200 e tração 4x4. A reverberação dos pneus Bridgestone Dueler All Seansons H/T 265/60 R18 para o uso urbano foi mínima no asfalto, mas incomodou no pavimento irregular e no paralelepípedo.
Apesar de sem vocação aventureira e de ter apenas tração traseira (4x2), a Ford garante que a Black vence terrenos irregulares como barro e lama ou alagados com capacidade de imersão de 80 centímetros. Certamente se referiu aos alagamentos comuns nas cidades brasileiras quando chove forte. A velocidade máxima é de 164 km/h.
O consumo de diesel ficou entre 8,7 km/l e 9.8 km/l na cidade. Na estrada, com condutor e acompanhante, em velocidade constante de 80 km/h, as médias ficaram entre 11,6 km/l e 12,3 km/l e, a 110 km/h, de 10,9 km/l a 11,8 km/l.
Traje de gala
Como os lançamentos que testamos, a Ranger chamou atenção em todo lugar por seu “traje de gala”. A grade, os faróis, as maçanetas, os retrovisores, o rack de teto, o estribo e santantônio e as rodas de liga leve de 18 polegadas escurecidos dão personalidade à Black.
O interior escurecido é diferenciado e tem bom acabamento. Concordei com a Priscila sobre a ergonomia dos bancos em couro, que, combinados com o ajuste da direção, facilitaram rodar com conforto no trânsito urbano congestionado e nas estradas. Apesar do porte, a picape passou segurança e sensação de confiabilidade. Mas a Ranger é grande, não cabe em qualquer vaga e, para estacionar, só com a ajuda da câmera de ré e sensores.
Conectividade avançada
A principal novidade da Ranger Black é o sistema de conectividade FordPass Connect, que já conhecíamos do Territory. Como gosta de tecnologia e novidades, Priscila aproveitou o percurso em direção à serra gaúcha e testou as funcionalidades do aplicativo que permite acesso à diversas funções do carro por meio do celular.
A partida remota do motor e o acionamento do ar-condicionado, o travamento de portas e a checagem a distância do nível de combustível foram acionados. Até verificamos o lembrete de local de estacionamento, entre outros detalhes. O aplicativo permite ainda a verificação do hodômetro e agendamento online de revisões.
As mudanças no interior foram mínimas e seguem o padrão Black exterior. Claro que a Priscila também aproveitou a central multimídia SYNC 3 com tela de oito polegadas sensível ao toque e comando de voz. Conectamos nossos smartphones no Apple CarPlay (também é interativa com Android Auto) no Waze e aplicativos de informações e músicas.
Com ar-condicionado digital de duas zonas e sete airbags, a Ranger Black traz recursos como controles eletrônico de velocidade, de tração e estabilidade, adaptativo de carga e de reboque, alerta sobre mudança involuntária de faixa, sistema anticapotamento e assistente de partida em rampa, entre outros.
Conclusão
O visual e o acabamento escurecidos deram status à Ranger. A versão Black, contraponto da Storm, é para quem quer uma picape mais exclusiva para trilhas urbanas, sem pretensões para aventuras fora de estrada. Bem equipada e para rodar na cidade, a dirigibilidade é boa e o comportamento limitado às características do conjunto propulsor. Um carro exclusivo, como Priscila definiu. Única picape média diesel com apenas tração traseira, vale analisar a relação custo/benefício.